HISTÓRICO DO ACERVO DO MUSEU

Sessão

PERÍODO ESCRAVISTA

A escravidão no Brasil foi marcada principalmente pelo uso de escravos vindos do continente africano, mas é necessário ressaltar que muitos indígenas foram vítimas desse processo. Os escravos foram utilizados principalmente em atividades relacionadas à agricultura – com destaque para a atividade açucareira – e na mineração, sendo assim essenciais para a manutenção da economia.

Alguns deles desempenhavam também vários tipos de serviços domésticos e urbanos.

Ocorreu entre os séculos XVI e XIX e foi uma forma de exploração da força de trabalho de homens e mulheres africanas, sustentada pelo tráfico negreiro pelo oceano Atlântico.

Havia um problema real, ausência de mão-de-obra em escala suficiente, obediente e de baixo custo operacional, para que o projeto da grande lavoura se estabelecesse adequadamente. Se essa mão-de-obra fosse uma mercadoria em cima da qual os mercadores pudessem ganhar, comprando barato e vendendo caro melhor ainda. O negro foi, portanto, trazido para exercer o papel de força de trabalho compulsório numa estrutura que estava se organizando em função da grande lavoura.

 

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HISTÓRIA INDÍGENA

Quando do descobrimento do Brasil, em 22 de abril de 1500, o território paulista era habitado por diversas tribos indígenas.

Contávamos com a presença de tribos de Tamoios, Tupinambás, Tupiniquins, Carijós, Goianas, Guaianá (Guaianazes), Purís, Tupis, Kaiapó Meridionais, Kaingans, Opaié-Xavantes, Otí-Xavante, dentre outros, distribuídos por áreas específicas em todo estado.

A colonização das terras paulistas teve início no século XVI através de um impulso similar às outras regiões brasileiras em processo de colonização. No entanto, muito embora inserida na dinâmica do sistema colonial vigente, a região de São Paulo manteve características peculiares em todo o processo.

Índios, colonos portugueses e clérigos da Companhia de Jesus formaram inicialmente os três grandes grupos a comporem um cenário de tensões, guerras e conflitos que balizaram todo o movimento de conquista dos povos indígenas, os quais eram os primeiros e legítimos habitantes da região.

Clérigos da Companhia de Jesus, sob a liderança do padre Manuel da Nóbrega, alcançaram o planalto e efetivaram o antigo projeto de instalação de aldeias na região. Sendo assim, fundaram em 25 de janeiro de 1554 o Colégio de São Paulo de Piratininga, com a expectativa de expandirem a evangelização dos índios pelo sertão adentro.

 

Não tardou para que o findar do século XVI surgisse com os colonos paulistas adentrando sertões com suas “bandeiras” de apresamento, ao encalço do índio, visando o apresamento de índios para a escravidão, sendo eles chamados de “negros da terra”.

 Muito embora medidas legais proibissem a escravização do indígena, os colonos a efetivavam, à revelia de instituições e da perseguição dos jesuítas.

Com um período de crescente utilização da mão-de-obra indígena, grandes bandeiras de apresamento do indígena adentram-se cada vez mais pelo interior do estado e um novo impulso de busca por novas tribos indígenas tem início.

Nossa região, cortada pelos rios Moji-Guaçu e Pardo foi percorrida durante o ciclo do bandeirismo, no século XVII, supondo-se aí ter passado também Bartolomeu Bueno da Silva, o “ Anhanguera”, pela região casa-branquense, em expedições que delinearam o caminho dos Guaiases, dos Goiás, ou ainda do Ouro.

Considerar a presença de mão de obra indígena escrava nas atividades coloniais, é validar a importância histórica desse povo nos processos colonizatórios de toda a América, além de elucidar alguns dos muitos motivos do genocídio indígena Brasileiro.

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PERÍODO ESCRAVISTA

A escravidão no Brasil foi marcada principalmente pelo uso de escravos vindos do continente africano, mas é necessário ressaltar que muitos indígenas foram vítimas desse processo. Os escravos foram utilizados principalmente em atividades relacionadas à agricultura – com destaque para a atividade açucareira – e na mineração, sendo assim essenciais para a manutenção da economia.

Alguns deles desempenhavam também vários tipos de serviços domésticos e urbanos.

Ocorreu entre os séculos XVI e XIX e foi uma forma de exploração da força de trabalho de homens e mulheres africanas, sustentada pelo tráfico negreiro pelo oceano Atlântico.

Havia um problema real, ausência de mão-de-obra em escala suficiente, obediente e de baixo custo operacional, para que o projeto da grande lavoura se estabelecesse adequadamente. Se essa mão-de-obra fosse uma mercadoria em cima da qual os mercadores pudessem ganhar, comprando barato e vendendo caro melhor ainda. O negro foi, portanto, trazido para exercer o papel de força de trabalho compulsório numa estrutura que estava se organizando em função da grande lavoura.

 

Era chamado de Tráfico negreiro o envio arbitrário de negros africanos na condição de escravos para as Américas e outras colônias de países europeus durante o período caracterizado como colonialista. Durante a Idade Moderna, primordialmente depois que se descobriu a América, intensificou-se o comércio escravo, sem qualquer limite quanto à crueldade praticada, visava-se somente o lucro que se obteria com a venda de homens, mulheres e crianças vindas direto da África para as Américas.

Na Colônia, ainda no século XVI, os portugueses já haviam dado início ao tráfico negreiro, atividade comercial bastante lucrativa. Os traficantes de escravos negros, interessados em ampliar esse rendoso negócio, firmaram alianças com os chefes tribais africanos. Estabeleceram com eles um comércio baseado no escambo, onde trocavam tecidos de seda, joias, metais preciosos, armas, tabaco, algodão e cachaça, por africanos capturados em guerras com tribos inimigas.

Segundo o historiador Arno Wehling, “a ampliação do tráfico e sua organização em sólidas bases empresariais permitiram criar um mercado negreiro transatlântico que deu estabilidade ao fluxo de mão-de-obra, aumentando a oferta, ao contrário da oscilação no fornecimento de indígenas, ocasionada pela dizimação das tribos mais próximas e pela fuga de outras para o interior da Colônia”. Por outro lado, a Igreja, que tinha se manifestado contra a escravidão dos indígenas, não se opôs à escravização dos africanos. Dessa maneira, a utilização da mão-de-obra escrava africana tornou-se a melhor solução para a atividade açucareira.

Os negros trazidos para o Brasil pertenciam, principalmente, a dois grandes grupos étnicos: os SUDANESES, originários da Nigéria, Daomé e Costa do Marfim, e os BANTOS, capturados no Congo, Angola e Moçambique. Estes foram desembarcados, em sua maioria, em Pernambuco, Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Os sudaneses ficaram na Bahia. Calcula-se que entre 1550 e 1855 entraram nos portos brasileiros cerca de quatro milhões de africanos, na sua maioria jovens do sexo masculino.

Os navios negreiros que transportavam africanos até o Brasil eram chamados de TUMBEIROS, porque grande parte dos negros, amontoados nos porões, morria durante a viagem. O banzo (melancolia), causado pela saudade da sua terra e de sua gente, era outra causa que os levava à morte. Os sobreviventes eram desembarcados e vendidos nos principais portos da Colônia, como Salvador, Recife e Rio de Janeiro.

Depois de vendidos, passavam a trabalhar de sol a sol, recebendo uma alimentação de péssima qualidade, vestindo trapos e habitando as SENZALAS (normalmente, tratava-se de locais escuros, úmidos e com pouca higiene, adaptado apenas para evitar fugas).

Errar não era permitido e poderia ser punível com castigos dolorosos. Eram proibidos de professar sua fé ou de realizar suas festas e rituais, tendo que fazer isso às escondidas. Afinal, a maioria das pessoas escravizadas vinham da África já batizadas e era suposto que abraçassem a religião católica. Daí surge o sincretismo que verificamos no Candomblé praticado no Brasil.

As mulheres negras eram exploradas sexualmente e usadas como mão-de-obra para trabalhos domésticos, como cozinheiras, arrumadeiras, etc. Não era incomum que as mulheres escravizadas recorressem ao aborto para impedir que seus filhos não tivessem a mesma sorte.

Quando fugiam, os capitães do mato perseguiam as pessoas escravizadas. A obtenção da liberdade só era possível quando escapavam para quilombos ou quando conseguiam comprar a carta de alforria.

As revoltas nas fazendas não eram raras no período colonial. Muitos grupos de escravos fugiam e formavam comunidades fortificadas e escondidas na mata chamadas “QUILOMBOS” e um dos mais significativos, no Brasil colonial, foi o “QUILOMBO DOS PALMARES“. Ali, podiam praticar sua cultura e exercer seus rituais religiosos.

Os escravos africanos eram, de forma geral, bastante explorados e maltratados e, em média, não aguentavam trabalhar mais do que dez anos. Como reação a essa situação, durante todo o período colonial, foram constantes os atos de resistência, desde fugas, tentativas de assassinatos do senhor e do feitor, até suicídios, pois escravizados que não conseguiam escapar preferiam a morte do que continuar cativos (indivíduos eram forçados à escravidão).

 

 

– ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA

Quando a sociedade europeia começou a adotar as ideias do liberalismo e do Iluminismo, a escravidão passou a ser severamente questionada. Afinal, a privação de liberdade não combinava com a nova etapa do capitalismo industrial.

Igualmente, quando a Inglaterra aboliu a escravidão nas suas colônias, substituiu por trabalhadores assalariados. Por esta razão, a produção agrícola ali seria mais cara e as colônias inglesas não poderiam concorrer com os baixos preços praticados pelos portugueses.

Assim, era necessário transformar a mão-de-obra escravizada em trabalhadores assalariados. Isto iria igualar os preços da produção e no futuro, os ex-escravos poderiam se tornar consumidores.

Por isso, a Inglaterra, que liderava a nova expansão capitalista-industrial, aprovou a “Lei Bill Aberdeen”. Esta transformou a Marinha Real Britânica numa arma contra o tráfico de escravos em qualquer parte do mundo, pois permitiu que seus navios abordassem navios negreiros de qualquer nacionalidade. Importar pessoas para serem escravizadas acabou se tornando cada vez mais caro.

No Brasil, o tráfico foi oficialmente abolido em 1850, com a “Lei Eusébio de Queirós”. Mais adiante, em 1871, a “Lei do Ventre Livre” garantiu a liberdade aos filhos de escravos; e, em 1879, teve início a campanha abolicionista liderada por intelectuais e políticos.

Mais adiante, a “Lei dos Sexagenários” (1885) garantia a liberdade aos escravos maiores de 60 anos.

A abolição da escravidão no país foi concedida pela Lei Áurea, aprovada pelo Senado e assinada pela princesa Isabel, dia 13 de maio de 1888.

A Lei Áurea encerrava décadas de discussão em torno de várias questões. Porém a mais importante era: se os escravos fossem libertados, o governo pagaria indenização aos proprietários? Por fim, venceu a tese de que os donos de escravos não receberiam nenhuma compensação financeira.

Isso retira o apoio dos latifundiários escravistas davam à monarquia. Quando surge o golpe republicano, os grandes proprietários de terra sustentam o novo regime.

Libertos sem qualquer plano, os ex-cativos se viram entregues à própria sorte e passaram a formar um enorme contingente de pessoas sem qualificação, desprezadas e marginalizadas pela sociedade.

REFERÊNCIAS:

– ARTIGO “Escravidão no Brasil”, por Juliana Bezerra, DISPONÍVEL EM: https://www.todamateria.com.br/escravidao-no-brasil/

– ARTIGO “O processo de escravidão no Brasil”, DISPONÍVEL EM: https://sites.google.com/site/porquehistoria/o-processo-de-escravidao

 

 

– A ESCRAVATURA NA CIDADE DE CASA BRANCA

 

Casa Branca estava ligada às pretensões da corte joanina em promover o povoamento do interior e fortalecer os limites territoriais frente à América Espanhola. Em 1814, a região já contava com 166 “fogos” e cerca de 900 habitantes, entre livres e escravos. No final desse ano, o Conde de Palma, governador da Capitania de São Paulo, concede terras – no local que viria a ser a cidade de Casa Branca – para cerca de vinte famílias de açorianos, que chegaram em 1815; o intuito era que ali firmassem a povoação e desenvolvessem atividades agrícolas.

Casa Branca, deste modo, foi semeada na sinuosa aventura de interiorização da Colônia, visando a manutenção do território paulista para a Corte Portuguesa – não podemos deixar de ao menos mencionar uma outra faceta desta mesma história: o dilaceramento das civilizações indígenas da região.

Os viajantes assim a descreveram em 1819: “As terras dessa região são muito boas e especialmente indicadas para a cultura do milho e da cana-de-açúcar. As pastagens também são excelentes, havendo aí uma grande criação de gado, que é vendido em São Paulo e no Rio de Janeiro” (Saint-Hilaire, 1976, p.101).

Assim, há que se ressaltar a predominância da atividade açucareira na região, antes do desenvolvimento da cafeicultura, fato que também pode ter atraído alguns habitantes de Minas Gerais, que na posse de alguma fortuna, via Poços de Caldas, rumavam para as terras entre Casa Branca e Batatais, para investirem na lavoura canavieira, como por exemplo a família Junqueira (Brioschi, 1991. p.69-221).

            Dessa forma, todas as fazendas que se instalavam nas terras casabranquenses contavam com o contingente de escravos necessários para sua manutenção, tanto em questões do cotidiano, quando em teor de produção agrícola. Escravos que eram contabilizados em meio aos bens que elevavam as riquezas dos proprietários de terras, tendo em vista que era uma “concentração de terras, de escravos, e de capital nas mãos de poucas famílias que constituíam a chamada elite local.

            Com o desenvolvimento das atividades agrícolas o número de escravos só crescia. Indivíduos que eram fadados a viver sob as regras do regime escravista, sofrendo todos os males: opressão, tortura, morte.

 

[…] a permanência de valores ibéricos, a descentralização administrativa local, a excessiva concentração fundiária e acentuada dispersão populacional, favoreceu a formação e consolidação de uma sociedade onde a posse de terras, de escravos, de honrarias e de símbolos de prestígio constituíam os fundamentos básicos do poder. (Samara, 2003, p.27.

 

Com a expansão do café na região, o crescimento vertiginoso da cafeicultura foi acompanhado de perto pelo aumento considerável do número de escravos, tendo em vista que os primeiros cafezais, como, foram plantados exclusivamente pela mão de obra escrava, sendo que em alguns casos notamos a convivência da senzala e da colônia nas dependências da fazenda.

            Como destaca a maior parte da bibliografia sobre o assunto, após 1850, com a cessação do tráfico internacional, boa parte dos escravos comercializados era proveniente de Minas Gerais e do Nordeste do país, regiões essas menos pujantes do ponto de vista econômico, que as tocadas pela cafeicultura.

A cidade de Casa Branca, entre 1870 e 1880, transformou-se num dos principais mercados de escravos interprovinciais de São Paulo. Abastecia-se de negros vindos do Nordeste e de Minas Gerais, e fornecia quase que a totalidade de mão de obra cativa para a região da Mogiana (Bruno, 2005, p.62). Vale ressaltar que a “interrupção do tráfico determinou também a alta nos preços dos escravos.

Em Casa Branca, a população cativa, que praticamente se mantivera constante de meados do Oitocentos à primeira metade dos anos de 1870 (4.700 escravos em 1854 e 4.738 em 1874), vivenciou um incremento de cerca de 33% de 1874 a 1886 (para 6.288 indivíduos).

Essa ânsia por terras e escravos, motivada pela onda verde do café, promovia, em muitos casos, uma verdadeira armadilha, na qual o crédito era a única solução – mas também, realizado a juros altos, a causa da insolvência dos lavradores – encontrada para se expandir às plantações. Os fazendeiros “compravam os negros […] à vista ou a prazo, como podiam e como não podiam, dissipando as sobras, hipotecando as propriedades, empenhando as safras” (Bruno, 2005, p.63). Os escravos representavam a principal garantia dos empréstimos das famílias influentes e de grandes posses.

Quando houve finalmente a abolição, em 1888, a palavra liberdade poderia parecer maravilhosa, mas para os escravos que foram colocados para fora das fazendas, sem direito a nada, desprezados, marginalizados, começava uma nova luta. O trabalho nas fazendas foi, então, substituído por imigrantes, que vieram de seus países com incentivos do governo e muito se fez para amenizar ou apagar essa história tão cruel e desumana vivenciada pelo povo preto.

O legado da escravidão, que perdurou por mais de 300 anos, trouxe ao país cerca de 5 milhões de negros e negras, deixou sequelas profundas.

 

REFERÊNCIAS:

– ARTIGO “Escravidão no Brasil”, por Juliana Bezerra, DISPONÍVEL EM: https://www.todamateria.com.br/escravidao-no-brasil/

– ARTIGO “O PROBLEMA DO FINANCIAMENTO, UMA ANÁLISE HISTÓRICA SOBRE O CRÉDITO NO COMPLEXO CAFEEIRO PAULISTA, CASA BRANCA (1874-1914), por RODRIGO FONTANARI, 2012, DISPONÍVEL EM: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/109227/ISBN9788579833359.pdf?sequence=1&isAllowed=y

– ARTIGO “Vendas condicionais de escravos (Casa Branca, província de São Paulo, anos de 1870), por José Flávio Motta.

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AS RIQUEZAS DO CAFÉ

Na direção Oeste, trilhada pela marcha do café, Casa Branca situava-se a dois terços do caminho entre a capital da província e Ribeirão Preto, esta última “nova e ainda pouco importante povoação” (MARQUES, 1953, v. 2, 209), mas que viria a ser o centro do assim chamado “Oeste Novo” paulista.

Em meados da década de 1870, no verbete dedicado a Casa Branca, Azevedo Marques observava que “a lavoura do município é o açúcar, cereais e algum café; também há fazendas de criação de gado. ” (MARQUES, 1953, v. 1, 173).

Não obstante, no mencionado Almanak de 1873, o arrolamento dos cultivos trazia, antes dos demais, o café: “(…) cultiva-se café, cana de açúcar, fumo, algodão e gêneros alimentícios. ” (LUNÉ & FONSECA, 1985, 494. Efetivamente, naquele ano, a lista de fazendeiros parecia indicar já uma presença nada desprezível, muito pelo contrário, da lavoura cafeeira.

 

Dessa forma, havia: 31 “fazendeiros de cana de açúcar”; 55 de café; oito de café e cana; um de café e algodão; dois de café, algodão, milho e mandioca; um de café, cana, algodão, milho e mandioca; um de café, cana e fumo; quatro de café e fumo; quatro de fumo; 11 de algodão, milho e mandioca; bem como 11 “fazendeiros de criar gado”. De outra parte, no comércio, eram 40 os negociantes de fazendas, ferragens, armarinho, molhados, louça, sal e/ou gêneros do país, havendo também quatro negociantes de animais e/ou gado e um negociante de drogas (cf. LUNÉ& FONSECA, 1985, 495-498).

De acordo com as tabulações efetuadas por Sergio Milliet, a produção de café do município igualou-se a 1.750 arrobas em 1854, atingindo a marca de 300 mil arrobas em 1886. Nesse último ano, na Zona da Mogiana, a produção cafeeira de Casa Branca superou a de todas as demais localidades, com a única exceção de Amparo, que produziu mais de 900 mil arrobas da rubiácea (cf. MILLIET, 1939, 57).

O desenvolvimento da lavoura cafeeira em Casa Branca foi mais intensamente condicionado pelo avanço da malha ferroviária. Depois de “inaugurada a Companhia Mogiana em 1872, pouco mais de dez anos, ela já havia ligado Campinas a Moji-Mirim, com ramal para Casa Branca, São Simão e Ribeirão Preto. ” (COSTA, 1989, 200).

A chegada dos trilhos a Casa Branca gerou significativo impacto na economia local, pois, à medida que a ferrovia avançou, pôde-se perceber um incremento e uma modificação em vários setores da economia e da vida local, principalmente no setor principal, ou seja, na cafeicultura.

REFERÊNCIAS:

– Colonização da Região de São Paulo: Índios, colonos, jesuítas e bandeirantes Maria Aparecida Papali, Maria José Acedo del Olmo e Valéria Zanetti de Almeida1

– Artigo São Paulo – 460 anos, Antônio Sérgio Ribeiro, advogado e pesquisador, São Paulo 2014.

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A REVOLUÇAO DE 32:

A GUERRA DOS PAULISTAS CONTRA GETÚLIO VARGAS

A Revolução Constitucionalista de 32 foi um dos movimentos mais importantes da história da república brasileira. O movimento, liderado pelos paulistas, foi decorrente da insatisfação da população com o governo federal comandado por Getúlio Vargas.

A fase oligárquica da Primeira República foi um período da história em que o controle político sobre o governo federal vinha principalmente das oligarquias paulista (cultivadores de café) e mineira (produtores de leite). É dessa influência política que vem o termo ‘república do café com leite’.

Ela foi marcada por uma alternância de poder entre as duas oligarquias dominantes da economia nacional.

Os motivos que iniciaram o movimento datam de dois anos antes, quando a Revolução de 1930 depôs o presidente Washington Luís e impediu a posse do paulista Júlio Prestes. A entrada do gaúcho Getúlio Vargas à presidência, pôs um fim na chamada política do café com leite e desagradou as elites paulistas, representadas pelo Partido Republicano Paulista, o PRP, que viram não só o poder sobre a política brasileira ser perdido, como presenciaram também o então estado mais rico da federação ser submetido a uma situação de submissão.

 

Uma das primeiras medidas do governo federal ao assumir foi dissolver congresso e os poderes estaduais. Enquanto outros estados ganharam interventores nascidos neles, São Paulo teve que se contentar com militares de outros locais, já que o Partido Democrata, que era a favor da revolução de 30, não conseguiu indicar ninguém para o cargo. Além disso, viram o major Miguel Costa, expulso da Polícia Militar por tentar derrubar o governo em 1924, assumir o comando da corporação.

As pressões sobre Getúlio Vargas começaram. As forças políticas e econômicas de São Paulo exigiam uma nova Assembleia Constituinte, novas eleições e o fim do governo provisório.

Em dois anos passaram pelo governo do estado quatro interventores federais. Nenhum deles conseguiu manter o controle.  As intervenções da ditadura varguista eram constantes e desagradavam cada vez mais a oposição em São Paulo.

Em 23 de maio de 1932, aconteceu no centro da cidade de São Paulo uma manifestação contra o governo Vargas. As forças leais ao governo reagiram, matando quatro estudantes: Mário Martins Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio Camargo de Andrade. A violência contra os manifestantes aumentou o apoio da classe média paulista à causa constitucionalista e contra o governo. Os sobrenomes dos mortos foram imortalizados no acrômio: MMDC.

Em 9 de julho de 1932, as tropas paulistas iniciaram a luta armada liderada pelo general Isidoro Dias Lopes. O interventor Pedro de Toledo, varguista no início da sua gestão, logo após o início do conflito, mudou de lado e apoiou os constitucionalistas. Os revolucionários organizaram uma intensa campanha publicitária pedindo apoio da população para que o conflito obtivesse sucesso. Os jovens foram convocados para lutarem nos campos de batalha, e os industriais suspenderam suas produções e iniciaram a fabricação de armamentos para o confronto.

Houve mobilização militar, a indústria se mobilizou, a economia se mobilizou, a sociedade civil se mobilizou. Os Paulistas fizeram de tudo para sustentar uma luta muito difícil, de um estado contra o resto da nação totalmente armada, muito melhor equipada e com muito mais soldados treinados.

Para financiar os soldados paulistas, foi criada também a Campanha do Ouro para o Bem de São Paulo, em que a população era convocada a doar seus objetos de valor em prol da causa constitucionalista.

O apoio de outros estados não veio, e os paulistas tiveram que lutar sozinhos.

O conflito armado durou 85 dias (de 9 de julho a 2 de outubro). Do lado paulista, cerca de 200 mil voluntários inscritos. Aproximadamente 66 mil soldados, voluntários e tropas regulares do exército e da Força Pública, participaram dos combates.

Geograficamente, o conflito envolveu principalmente os Estados de São Paulo e Mato Grosso, com episódios isolados no Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Bahia, Pará e Amazonas. Todavia, foi um movimento sobretudo paulista, já que a leitura dos antagonismos se fixou na equação São Paulo versus Ditadura.

Quanto ao número de mortos do lado paulista temos divergências nos números oficiais, sendo estes imprecisos até hoje. Estimativas contabilizam de 600 a mil soldados mortos e entre feridos um número acima de 2 mil. É fato que numerosas cidades do interior do estado de São Paulo sofreram danos devido aos combates.

Apesar de ter sido derrotado no campo de batalha, politicamente o movimento atingiu seus objetivos. A luta pela constituição foi fortalecida, e em 1933 as eleições foram realizadas colocando o civil Armando Sales como governador do estado.

– A REVOLUÇÃO DE 32 E A PARTICIPAÇÃO CASABRANQUENSE

Segundo a Comissão de Alistamento de Casa Branca, “POR São Paulo e pelo Brasil (1932), o comitê de Casa Branca valorizava a boa recepção da campanha “rebelde” na cidade, a ponto de afirmar que:

“Os casabranquenses que partem hoje… levam no coração o fogo do enthusiasmo pela causa que empolga todo o Brasil e no pensamento a noção exacta de seus deveres. Serão desnecessárias, portanto, as palavras de incitamento de quem quer que nos pretenda encorajar”.

O caráter do alistamento era em tom imperativo, visando principalmente os reservistas do Exército Brasileiro ali residentes e civis interessados e o chamamento incitava a honra de luta em defesa da pátria.

A campanha visava de modo geral, arregimentar voluntários de toda a sociedade civil, na ânsia de inseri-la nos esforços de batalha, em todas as ocupações necessárias do front.

            O batalhão casa-branquense era formado por casa-branquenses obstinados que residiam na cidade e muitos outros que se alistariam em outras fileiras pois no momento residiam na capital.

Em meados de setembro, quando as linhas de combate paulistas se deram pelo setor da Mogiana, Casa Branca serviu de palco para a Revolução Constitucionalista.

Ainda em setembro o major Romão Gomes informa ao seu comandante que outro avião federalista foi abatido na cidade de Casa Branca após tentar atacar uma concentração de tropas situada próxima à estação ferroviária, que atingido por metralhadoras antiaéreas dos paulistas, destruiu o Waco pilotado por um piloto legalista, Segundo-Tenente Lauto Aguirre Horta Barbosa, que morreu instantaneamente.

Durante o conflito a cidade foi ocupada por soldados paulistas que se alojavam na estação ferroviária, hotéis, pensões e instituições de ensino, além do município ser ponto estratégico para transporte de tropas e suprimentos para as linhas de combate graças a utilização das estradas de ferro da Mogiana, um instrumento vital e estratégico para os combatentes.

Segundo Simone M. Monteiro (2016), “O edifício da Escola Normal, localizada no coração da cidade, serve de apoio os voluntários e suas ações durante a Revolução Constitucionalista”, com suspensão por tempo indeterminado das aulas.

As estradas de ferro da Mogiana também serviam para a circulação dos Trens blindados, “Os Fantasmas da Morte”, utilizados na Revolução Constitucionalista de 1932 como trens de combate, levando pessoas responsáveis pela operação do trem e soldados armados, além de canhões instalados em seu interior em versões mais tecnológicas dessa arma de guerra, que ajudaram a bloquear totalmente a entrada de tropas em território paulista nas regiões nas quais ele atuava.

Após a retirada dos soldados paulistas, a invasão e ocupação das forças militares ditatoriais na cidade, houveram muitas perdas. Dentre elas destacamos entre os voluntários alguns heróis, que deram sua vida pela luta paulista, pelos ideais republicanos e democráticos, casa-branquenses hoje homenageados em ruas no centro da cidade: Ângelo Stefanini, Manoel Martins, José Gerônimo de Vasconcellos.

Em memória daqueles que se sacrificaram pela luta paulista, a cidade conta com um monumento em homenagem aos soldados na Praça Barão de Mogi Guaçu, inaugurada em

REFERENCIAS:

– ASSEMBLÉIA LEGISATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO – ARTIGO “76 anos da revolta constitucionalista de 1932” – DISPONÍVEL EM https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=304804

– MINISTERIO DA DEFESA EXERCITO BRASILEIRO – ARTIGO “REVOLUÇÃO DE 1932” –  DISPONÍVEL EM http://www.eb.mil.br/exercito-brasileiro

– Livro “O EMPREGO DO AVIÃO NA REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 32 – Manuel Cambeses Júnior, Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica.

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VIDA COTIDIANA

Marcus Tullius Cícero, advogado, político, escritor, orador e filósofo, definiu que:

 “A história é testemunha do passado, luz da verdade, vida da memória, mestra da vida, anunciadora dos tempos antigos”.

O que nos traz um significado mais robusto sobre a importância da preservação histórica para o aprendizado cotidiano, para o vislumbre da evolução humana, seja no âmbito social ou tecnológico. Afinal, tudo aquilo que fez parte da vida cotidiana moldava as vivências, dificuldades e superações de seu tempo.

Enfim, muito temos a aprender e admirar do passado.

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HISTÓRIA FERROVIÁRIA

A COMPANHIA MOGIANA

            A Companhia Mogiana de Estradas de Ferro foi fundada em 1872 por produtores de café. O primeiro trecho da linha principal chegou de Campinas a Jaguariúna em 1875.

Após conseguir concessão para ampliar seus trilhos até atingir Casa Branca, em 1878, se inicia um dos maiores conflitos na História Ferroviária brasileira: A concorrência entre a Mogiana e a Paulista.

A companhia pensou então em seguir para Franca, mas desviou a linha para Ribeirão Preto, onde chegou em 1883, e somente depois construiu a linha do rio Grande para Minas Gerais.

Na linha do rio Grande, as primeiras estações foram em Batatais (1886), Franca (1887), Rifaina (1888) e Jaguara – MG (1888). Em Minas Gerais, o trecho chamado linha do Catalão seguiu para Uberaba (1889) e Araguari (1896). A estação Brodowski foi construída em 1894.

Por volta de 1899, a Mogiana iniciou a construção de um segundo ramal para Minas Gerais, ligando a estação Entroncamento (1900) a Igarapava (1915) e dali a Uberaba. Até os anos de 1910, construiu vários pequenos trechos para atender fazendas, comprou ferrovias menores e construiu outros ramais entre São Paulo e Minas Gerais. No período de 1920 a 1940, a empresa tratou de se consolidar e não mais expandir.

 

Em 1952, essa companhia passou a pertencer ao governo paulista e, em 1971, a fazer parte da Ferrovia Paulista S.A. – FEPASA. Os bens da FEPASA foram absorvidos pela Rede Ferroviária Federal S.A. – RFFSA em 1998, que foi privatizada no mesmo ano.

A Companhia Mogiana foi muito importante na região em que atuava. Buscava operar de forma econômica, com bitolas de 1,00 m e de 0,60 m, e com reparo e construção de peças, carros de passageiros e vagões de carga em suas enormes oficinas de Campinas, sem deixar de importar equipamentos.

Importou locomotivas Sharp Stewart, Baldwin, Beyer Peacock, American, Henschel, Hohenzollern e GM. Há também registros de construção de cerca de 20 locomotivas a vapor com a marca Mogyana ou Officinas Companhia Mogyana. Isso foi possível pela fundição existente nas oficinas, que, reformadas entre 1902 e 1905, tiveram alto nível de especialização das funções e de trabalhadores.

A empresa, em 1904, contava com 1.135 trabalhadores, sendo 749 nas oficinas de Campinas, que ocupavam 18 mil m2, com prédios exclusivos para seção de locomotivas, de vagões, fundição, rotunda, usina geradora de eletricidade, almoxarifado e administração. O gerador elétrico era movido a vapor, ou seja, era uma usina termoelétrica, com equipamentos produzidos pela empresa americana General Electric.

Nas edificações, a Mogiana aplicava estilo industrial europeu, quase sempre em alvenaria aparente com tijolos de 2 ou 3 cores arranjados em aparelho do tipo inglês ou flamengo. Usou madeira ou ferro nas plataformas das estações, estruturas metálicas para pontes e construiu poucas gares. Havia simplicidade e discretos elementos decorativos em todas as construções, significando o rigor técnico e a modernidade da companhia.

 

– A COMPANHIA MOGIANA E A CIDADE DE CASA BRANCA

A estação original de Casa Branca foi aberta em 1878 como ponta de linha do tronco, assim permanecendo até 1882, quando foi inaugurado o trecho Casa Branca-São Simão.

O Imperador Dom Pedro II chegou a visitar Casa Branca em fins de 1877, indo de trem até a estação anterior (que era Aterradinho e não durou dez anos em funcionamento), mas a chuva e a lama impediram-no de inaugurar a estação então ainda em final de construção.

Este prédio ainda era provisório, segundo Relatório da Mogiana, de 10 março de 1878, sobre as cinco estações do prolongamento de Mogi-Mirim a Casa Branca:

“Todas as estações (do prolongamento) foram feitas de armações de trilhos usados, cobertas de zinco, e fechadas com taboas de pinho, e todas convenientemente pintadas e possuindo internamente as accommodações necessarias. A estação de Casa Branca, pelo mesmo systema, só differe das outras nas dimensões, que são muito maiores. As estações intermediárias ficaram à companhia em 2:000$000 cada uma, e a de Casa Branca em 12:000$000 mais ou menos” .

Segundo o relatório da Mogiana de 1890, neste ano “concluiu-se a estação de Casa Branca”, eliminando-se a estação de madeira – que mesmo ainda sendo provisória, havia sido aumentada em 1883, segundo o relatório do Presidente da Província de 1884. Um pouco antes, a entrada da linha na estação foi alterada. Esta mudança pode ter estado relacionada com a alteração das linhas na região de Casa Branca vindo de Campinas, com a eliminação, na mesma época, da antiga estação do Aterradinho.

Em 1900, em pleno surto de febre amarela na cidade e no Estado, ainda não havia banheiro no prédio.

Da estação de Casa Branca saía, desde 1890, o ramal que levava a Mococa e a Guaxupé.

Funcionou como estação principal da cidade até o ano de 1951, quando foi inaugurada a estação nova da cidade, que passou a atender ao tronco e à saída do ramal.

A estação antiga, então, ficou sendo a primeira do ramal de Mococa, que passou a ter como ponto inicial Casa Branca-nova, e passou a ser chamada de Casa Branca Ramal.

Depois de desativada em 1988, a estação de Casa Branca-Ramal serviu de sede para o pessoal da eletrificação do trecho Campinas-Ribeirão Preto, e para estocagem de material elétrico. Essa eletrificação, entretanto, nunca passou de Casa Branca.

O ramal, depois de uma reativação em 1986, foi logo desativado e os trilhos retirados; entretanto, manteve-se a ligação entre a estação e a de Casa Branca-nova, e em dezembro de 2000, embora o prédio já estivesse ocupado pela Prefeitura Municipal, o pátio ainda continha os desvios com alguns vagões.

Poucos meses depois disso, os armazéns da estação, do outro lado do pátio, foram invadidos, depredados, saqueados e incendiados. Até por volta de 2000, o antigo ramal ainda seguia por alguns metros no sentido de Itobi, e, logo depois de cruzar a avenida de entrada principal da cidade, desaparecia no meio do matagal.

Pouco depois (2004), retiraram-se esses trilhos e ainda a ligação entre as duas estações de Casa Branca.

REFERENCIAS:

– ESTAÇÃO BRODOWSKI –  DISPONÍVEL EM – https://www.museucasadeportinari.org.br/exposicao-estacao-brodowski/companhia_mogiana.html

– ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS DO BRASIL –  DISPONÍVEL EM – https://www.estacoesferroviarias.com.br/c/casabranca.html

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HISTÓRIA EM FOTO

Uma fotografia é um instante da vida capturado para a eternidade. É uma forma linda de guardar os momentos com toda sua emoção, para depois reviver com toda intensidade. É a arte de viver a nostalgia de tempos que não voltam mais, mas foram essenciais para a construção e consequência de tudo aquilo que somos hoje.

Fotografia é lembrança, é memória, é resquício de algo que em algum momento foi importante e merecia um registro eternizado o para a posteridade. É muito mais do que um registro, é um bem precioso quando está relacionado a um fato histórico. Nos ajuda a entender o mundo em diversas óticas.

Uma vez que a fotografia possa ser utilizada como recurso de registro ou até mesmo como arte, sendo de suma importância para recordar aquilo que fomos, analisar tudo o que somos e vislumbrar tudo aquilo que podemos ser.

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CASA BRANCA TEM HISTÓRIA

       A região cortada pelos rios Moji-Guaçu e Pardo foi percorrida durante o ciclo do bandeirismo, no século XVII, diz-se que Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhangüera, foi o primeiro homem civilizado a percorrer a região, onde muitos anos depois surgiria o pouso de Casa Branca, de tropeiros que buscavam o caminho dos Guaiazes, que ligava o litoral a Goiás e ao Mato Grosso. Essa é apenas a fonte mais antiga sobre seus fundadores, mas há outras diversas e divergentes.

Já na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume XXIV, consta a referência ao Arraial de Casa Branca, em 1728. Nova fonte aparece no caderno de recenseamentos de Moji Mirim, onde o bairro de Casa Branca surge pela primeira vez em 1783, possuindo apenas um núcleo familiar.

A última citação é a que se encontra no mapa geográfico da Capitania de São Paulo, organizado por Antônio Ruiz Montesinho, onde há observações realizadas em 1791 e 1792 que indicam a existência da fazenda Casa Branca.

 

De acordo com Brasílio Machado, Casa Branca foi freguesia de Nossa Senhora das Dores de Casa Branca, em 25 de outubro de 1814, no território de Moji Mirim, sendo elevada à categoria de vila em 25 de fevereiro de 1841 e, de cidade, em 27 de março de 1872.

O topônimo decorre de uma pequena “casa caiada”, existente ao lado do pouso de tropeiros que demandavam Minas e Goiás, “aquém do ribeirão espraiado que banha a cidade”, segundo o historiador Lafayette de Toledo. Contam que era a pousada onde “Nazaré”, seu proprietário, hospedava os tropeiros que percorriam a “estrada real“.

Foi posto avançado no antigo caminho do Oeste porque possuía uma privilegiada situação geográfica, principalmente depois da chegada dos trilhos da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, com ligações para Minas Gerais e Goiás.

Tornou-se importante centro rodoferroviário, pois foi ponto terminal da ferrovia até 1880, quando perdeu o posto para o município de Ribeirão Preto. Foi uma das primeiras cidades do Brasil a receber eletricidade.

Compreendendo em seu território no século passado os atuais Municípios de São Simão, Cajuru, Mococa, Santa Rita do Passa Quatro, São José do Rio Pardo, Santa Cruz dos Palmares e Caconde.

O município destacou-se também no campo social e cultural, com um dos mais antigos estabelecimentos de ensino normal, o Instituto de Educação “Dr. Francisco Tomas de Carvalho” e na atuação heroica e destemida de seus soldados na Revolução Constitucionalista de 32.

Terra de figuras ilustres e importantes no cenário artístico e cultural, sendo morada de grandes escritores, músicos, professores, artistas plásticos e profissionais das mais variadas áreas.

Enfim, Casa Branca tem História!

REFERENCIAS:

– SP CIDADES, A FORÇA DO INTERIOR – DISPONÍVEL EM:  http://spcidades.com.br/cidade.asp?codigo=114

– LIVRO “O MUNICÍPIO DE CASA BRANCA, DE GERALDO MAJELLA FURLANI, 1987

– IBGE, CIDADES – DISPONÍVEL EM: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/casa-branca/historico

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ARMAS E ACESSÓRIOS          

O processo de construção de armas para defesa humana não começou recentemente. É um processo que data de milênios, desde os primórdios da humanidade, quando o homem passou a caçar para sobreviver.

 As primeiras armas a serem utilizadas eram feitas de pedras e madeira, que posteriormente evoluíram para o famoso arco e flecha (tão utilizados pelos povos da América Pré-Colombiana).

No segundo momento na antiguidade com a organização do homem em exércitos e pequenos grupos militares as armas deram um salto na sua estrutura e desenho, ganhando força bélica, com isso surgem escudos, espadas e pequenos aríetes de batalha.

            Na história do Brasil não foi diferente. No que tange às espadas, vemos armas que refletem os padrões europeus, acompanhando a tendência de espadas mais leves (e manejáveis), ao mesmo tempo que guardas se tornaram mais complexas, para proteger a mão sem armadura, foram ficando comuns, além de termos os nossos próprios modelos e criarmos padrões de espadas. Espadas com estas linhas gerais permaneceram em uso, com algumas variações, até o fim do uso da arma branca como equipamento bélico.

Utilizadas com grande frequência por oficiais no Primeiro, Segundo Reinado no Brasil e Primeira República, atualmente são utilizadas como adorno dos Oficiais do Exército Brasileiro em cerimônias solenes.

REFERENCIAS:

– Instituto Brasileiro de Museus – Ibram – DISPONÍVEL EM: https://www.museus.gov.br/livro-e-palestra-no-museu-historico-nacional-abordam-espadas-imperiais/

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ARTIGOS DE MONTARIA    

       A relação entre os homens e os cavalos vem sendo construída a milhares de ano. Atualmente, o cavalo e o homem estão juntos em tarefas como a agricultura, o transporte, tratamentos de saúde e até mesmo o esporte.

No período onde homem caçava para sobreviver, o cavalo era apenas fonte de alimentação como outro animal qualquer, só depois veio a ser domesticado pelo os homens.

A domesticação dos cavalos foi iniciada por nômades, na Península Ibérica e Ásia Central. A Península Ibérica foi de extrema importância para a evolução desses animais. O local serviu de refúgio para os cavalos. Nesse período, em que a maior parte da Europa estava coberta por vegetação densa, a Península Ibérica e a Ásia Central tinham pouca vegetação.

Inteligente, forte e veloz, o cavalo parece ter sido escolhido a dedo para livrar o homem de suas limitações.

Às raças da atualidade, são derivadas de quatro troncos principais, depois de demorado trabalho de seleção genética. Em cada lugar, os animais foram gradualmente escolhidos de acordo com o que se queria deles: força, velocidade ou mesmo mera beleza.

 

O tipo de cavalo conhecido como lusitano, deu origem às raças hoje encontradas nas Américas.  No Rio Grande do Sul, por exemplo, formou-se a raça crioula, a que mais se encaixa nos padrões que definem os antigos berberes chineses.  O manga-larga, muito comum no Brasil, também surgiu do andaluz, assim como o passo fino, do Peru, e o Chickasaw, disseminado entre os índios da América do Norte.

Segundo Gomes (2011) “A domesticação do cavalo transformou o estilo de vida do homem. Ao encurtar distâncias, contribuiu para o desenvolvimento agrícola e trouxe transformações na arte da guerra”. Após a sua domesticação também passou a ser figura central nas atividades relacionadas às artes, poesia, escultura, lazer e esporte.

No Brasil, os cavalos foram inseridos ainda no período colonial e tiveram ampla importância no desenvolvimento de múltiplas atividades desenvolvidas durante esse período. Além de posteriormente incluir o cavalo em Forças Militares do Exército Brasileiro, para uso cotidiano em policiamento nas ruas e em tropas de combate.

Com o passar do tempo, mesmo perdendo espaço nas Forças Armadas, o cavalo foi deixando sua marca na sociedade civil. A prática da equitação se difundiu e o esporte popularizou-se em muitos países, com diversas modalidades e variações, movimentando incontáveis cifras e empregando muitas pessoas, direta ou indiretamente.

REFERENCIAS:

– REVISTA SUPER INTERESSANTE – DISPONÍVEL EM: https://super.abril.com.br/historia/quando-o-homem-aprendeu-a-montar/

– ARTIGO “O EMPREGO DO CAVALO NAS FORÇAS ARMADAS, ALIMENTAÇÃO E CUIDADOS” – DISPONÍVEL EM file:///C:/Users/User/Downloads/2616-Texto%20do%20artigo-5479-1-10-20190902.pdf

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O INSITITUTO DE EDUCAÇÃO

Segundo Simone M. Monteiro (2016), “Com o advento da República, em 1889, sob a forte influência dos ideais republicanos, tendo a instrução por finalidade a formação do cidadão, o governo do estado de São Paulo investiu na criação de Escolas Normais. Visando a formação dos professores e na consolidação dos ideais republicanos foram criadas até 1912 oito Escolas Normais no Estado, dentre elas, em 1912, na cidade de Casa Branca, interior de São Paulo”.

Uma das primeiras escolas normais do estado de São Paulo, foi criada em 24 de dezembro de 1912 (Lei nº1359) e instalada em 07 de abril de 1913, pelo Dr. Francisco Thomaz de Carvalho, que defendeu, junto ao governo de Rodrigues Alves, a criação de uma escola normal na cidade de Casa Branca.

O prédio onde foi instalada inicialmente, localizado no nº 12 do Largo do Rosário, pertencia a Luiz Gonzaga de Castro. Alugado e, em seguida, comprado e adaptado pelo município, serviu à escola até 1931, quando a mesma passou a funcionar no edifício atual.

Seu primeiro diretor foi o Professor Moysés Horta de Macedo.

Em 20 de março de 1914 foi criada a escola primária, conforme decreto nº 2476 Em 1915, conforme o Anuário de Ensino do Estado de São Paulo daquele ano, ainda era seu diretor o professor Moysés Horta de Macedo.

 

Em 10 de outubro de 1919 é sancionada a Lei Municipal nº 231 que autorizou o prefeito, José de Lima Horta, a adquirir os terrenos que seriam doados ao Estado para a construção do prédio da Escola.

Apesar da pedra fundamental do edifício – projetado por Cesar Marchisio – ter sido lançada em 21 de abril de 1920, as obras só tiveram início efetivo em 1923, sob a supervisão do empreiteiro construtor Natale Ferrari. Até o término das obras do edifício, cuja construção se arrastou por dezenove anos, e que sofreu alterações em relação ao seu projeto inicial, as paralisações e retomadas foram constantes.

Conforme notícia publicada no jornal “O Casa Branca”, de 6 de março de 1931, no dia primeiro de março daquele ano começaram a funcionar no novo prédio, ainda inacabado, as aulas dos cursos normal, do complementar, da escola de aplicação e da modelo, anexas à Escola Normal.

Segundo Simone M. Monteiro (2016) “O edifício da Escola Normal em Casa Branca, seguindo as representações da República, com seu prédio “monumental”, simbolizava o progresso, a educação como caminho para o desenvolvimento econômico e social”.

Somente em 1932 a escola tem seu edifício concluído, mas, com a eclosão da Revolução Constitucionalista (9 de julho de 1932) a escola teve suas aulas paralisadas por ter sido ocupada, em setembro de 1932, pelas forças oposicionistas ao movimento paulista. Durante essa ocupação, sua estrutura e seus móveis foram danificados pelos soldados (Scacabarrozzi, 2003).

Em 19 de fevereiro de 1940, em homenagem ao político casabranquense que muito se empenhou para sua instalação, esse estabelecimento de ensino passou a denominar-se “Escola Normal Dr. Francisco Thomaz de Carvalho”.

Transformou-se em “Instituto de Educação Dr. Francisco Thomaz de Carvalho” em 3 de novembro de 1953. Nesse mesmo ano a Câmara Municipal, conforme Lei nº 174, alterou o nome da praça onde a escola está instalada de Praça Barreto para Praça Dr. Carvalho. Nessa praça, em outubro de 1944, havia sido inaugurado o busto do patrono da Escola.

Passou a denominar-se Escola Estadual de Primeiro e Segundo Grau – EPSG – Dr. Francisco Thomaz de Carvalho em 1976. Seu nome passou a ser Escola Estadual – E E Dr. Francisco Thomaz de Carvalho em 1996.

Conforme Resolução SC nº 189, de 12.12.2002, publicada na Seção 1 – Página 13, do DOE de 01.01.2003:

Artigo 1 – Fica tombada, na categoria de bem cultural, a antiga Escola Normal de Casa Branca, atual EE/CEFAM Dr. Francisco Thomaz de Carvalho, sito à Praça Dr. Carvalho, 281, localizada no município de Casa Branca.

O prédio foi a última construção da Primeira República realizada para abrigar uma Escola Normal, elemento pedagógico fundamental do quadro educacional desse período, no qual buscou-se também criar instalações em prédios adequados, no caso das escolas normais, monumentais.

Popularmente conhecida como Instituto, a unidade é um patrimônio reconhecido do município e passou por um processo de restauração após seu centenário, o que trouxe mais vida a essa obra arquitetônica de tamanha importância para a história de Casa Branca e todos que tiveram o prazer conhecê-la.

REFERENCIAS:

A ESCOLA NORMAL DE CASA BRANCA: CRIAÇÃO, INSTALAÇÃO, SABERES E PRÁTICAS ESCOLARES (1912 – 1932), de Simone Maria Monteiro, 2016 – Piracicaba/SP – DISPONÍVEL EM: http://iepapp.unimep.br/biblioteca_digital/pdfs/docs/04052016_143031_simonemariamonteiro_ok.pdf.

– SCACABARROZZI, Sérgio A.. – E.E. Dr. Francisco Thomaz de Carvalho (Escola Normal) – edição comemorativa – 90 anos. Casa Branca – SP: Gráfica Irmãos Serra Ltda., 2003.

ARQUITETURA ESCOLAR PAULISTA: 1890 – 1920, de Maria Elizabeth Peirão Corrêa, et al. 1991, DISPONÍVEL EM: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/neh/1911-1915/1913_casa_branca.pdf

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CÂMARA MUNICIPAL DE CASA BRANCA    

A Câmara é o órgão legislativo municipal. É ela que trabalha na formulação das leis municipais, na aprovação ou veto das ações que a prefeitura deseja fazer. Além disso, cabe a ela fiscalizar as receitas e despesas do município.

Os membros mais conhecidos de uma Câmara Municipal são os vereadores. O número de vereadores nas Câmaras de cada município brasileiro é limitado por lei: quanto maior o município, mais vereadores ele é permitido ter.

Em 25 de fevereiro de 1841, por decreto do imperador D. JOÃO VI, a freguesia de Casa Branca tornava-se município, com sede elevada à condição de Vila. A primeira providência era eleger a primeira Câmara Municipal, para gerir os destinos da povoação. Nesta oportunidade, a vila de Casa Branca tinha uma população estimada em aproximadamente 1.000 habitantes, contando com 40 casas novas, e se estendia da antiga Rua do Comércio (atual Rua Waldemar Pânico) até o largo do Rosário, que então fazia as vezes de matriz, expandindo-se para a praça onde se pretendia, futuramente, erguer a definitiva Igreja Matriz. Procedeu-se, então à escolha dos primeiros membros da Câmara. O fato é relatado por Juca Thomaz:

A data de 2 de maio de 1842 marca a instalação da municipalidade quando da posse dos vereadores em Mogi Mirim, representados pelo presidente (o mais votado) e edil Coronel MANOEL THOMAZ DE CARVALHO.

A primeira Câmara, eleita em 1842, era composta dos seguintes vereadores: Coronel Manoel de Carvalho, Gabriel de Souza Diniz Junqueira, Manoel Joaquim Nogueira, José Alves da Cunha, José Gonçalves dos Santos, Antônio Garcia Duarte e Francisco José de Queiroz.

O Coronel Manoel Thomaz de Carvalho, primeiro presidente da Câmara Municipal, era natural de Carrancas, Bispado de Mariana, Minas Gerais, filho, filho de José Pereira de Carvalho e Theodora Maria de Mendonça. Foi um dos principais fazendeiros do município e para aqui veio no segundo decênio do século XIX.

Residiu nesta localidade até o termo de seu segundo mandato de vereador (1842- 1844, transferindo sua residência para Caldas, onde faleceu a 6 de janeiro de 1845.

O Coronel Manoel Thomaz de Carvalho era avô de Francisco Thomaz de Carvalho, patrono do nosso Instituto de Educação.

Entretanto, o mundo passava por grandes distúrbios e a Câmara, apesar da posse dos seus vereadores em 1842, somente pode desempenhar amplamente suas atividades a partir de 1844. Manoel Thomaz de Carvalho foi, portanto, o primeiro presidente da Câmara Municipal de Casa Branca, tendo o poder de nomear os demais vereadores e indicar um intendente (o qual tinha as funções de prefeito).

REFERENCIAS:

– Fontes de informações: jornais ‘O Casa Branca ‘de 25 de outubro de1914, Diretor: Cesário Leite:, ‘O Casa Branca’ , de 9 de março de 1941, Redator Sylvio de Castro e ‘Oeste de São Paulo ‘, editado nesta cidade por M.J. Correa, de 12 de dezembro de 1889, artigo de Lafayete de Toledo. Casa Branca, 10 de fevereiro de 1971.- ARTIGO.

– CÂMARA MUNICIPAL DE CASA BRANCA – DISPONÍVEL EM: https://www.camaracasabranca.sp.gov.br/cidade.html

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O DINHEIRO NO BRASIL

O dinheiro no país tem uma história curiosa.

Desde que a primeira moeda legitimamente brasileira foi cunhada por aqui, na antiga Casa da Moeda da Bahia, em 1694, nosso dinheiro mudou algumas vezes. Ele vem evoluindo e perdendo incontáveis zeros por conta do pesadelo da inflação.

Somente com a implementação do Real, em 1994, nossa moeda se estabilizou. Apesar de ainda vir perdendo valor com o tempo, isso tem acontecido em uma taxa lenta de desvalorização.

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NOSSO DINHEIRO DESDE OS TEMPOS DO IMPÉRIO:

  1. REAL IMPÉRIO (1833-1888): As primeiras cédulas do Brasil, nos tempos do Império, se baseavam no sistema monetário português. O real já era conhecido como “RÉIS” naqueles tempos.

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  1. REAL REPÚBLICA (1889-1942): A partir da Proclamação da República, a moeda continuou sendo o real, com a emissão de novas cédulas. Mil réis era praticamente o nome da moeda, já que ela valia mil dos antigos reais do império. O montante equivalente a mil réis era chamado de CONTO DE RÉIS, ou seja, um MILHÃO DE REAIS do Império.

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  1. CRUZEIRO (1942-1967): O cruzeiro foi criado em 1942 em substituição ao mil réis, que gerava uma certa confusão por conta das frações serem em milésimos. O cruzeiro instituiu pela primeira vez a moeda com centavos, facilitando as transações. Um cruzeiro foi equivalente a MIL RÉIS, ou um CONTO DE RÉIS.

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  1. CRUZEIRO NOVO (1967-1970): O cruzeiro novo utilizava as mesmas cédulas do cruzeiro, mas com um carimbo mostrando seu novo valor. Foram cortados três zeros da moeda, e 1000 cruzeiros passaram a valer 1 cruzeiro novo.

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  1. CRUZEIRO (1970-1986): A moeda voltou a se chamar cruzeiro três anos depois, com novas cédulas. Seu valor não foi alterado em relação ao cruzeiro novo. Com o tempo, a moeda foi se desvalorizando, e novas cédulas de valor muito maior foram sendo criadas. Em 1986, último ano de circulação dessa moeda, já existiam notas de 100 000 cruzeiros.

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  1. CRUZADO (1986-1989): O padrão das cédulas continuaram os mesmos nesta transição, mas a moeda perdeu três zeros e 1 000 cruzeiros passaram a valer 1 cruzado. Durante os primeiros meses da mudança, as antigas cédulas de cruzeiro foram carimbadas com o novo valor em cruzados.

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  1. CRUZADO NOVO (1989-1990): O cruzado novo veio substituir o cruzado, na segunda reforma monetária do governo do presidente José Sarney. A moeda perdeu três zeros em relação à sua antecessora, e mais uma vez as notas receberam um carimbo com o novo valor no período de transição. Em seguida, novas cédulas foram criadas.

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  1. CRUZEIRO (1990-1993): Pela terceira vez, nossa moeda recebe o nome de cruzeiro, na reforma monetária de 1990, mas mantendo o valor de seu antecessor, o cruzado novo. A hiper-inflação fez a moeda se desvalorizar rapidamente e em apenas três anos, já havia cédulas de 500 000 cruzeiros.

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  1. CRUZEIRO REAL (1993): O cruzeiro real foi instituído em 93, cortando três zeros da moeda anterior, e aproveitando algumas de suas notas, devidamente carimbadas com o novo valor.

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  1. REAL (1994 até hoje): Em julho de 1994, foi criada uma moeda para definitivamente frear a hiperinflação. Durante a transição, todos os preços passaram a ser especificados em URV (Unidade Real de Valor), que valia CR$ 2750,00 (valor em cruzeiros reais). Quando o real foi instituído definitivamente, passou a valer 1 URV, ou seja, CR$ 2750,00. Foi a primeira vez na história que a mudança da moeda não foi com um valor redondo, como retirar três zeros.

Suas cédulas passaram a exibir animais da fauna brasileira em uma face e a efígie da república na outra, já que a galeria de heróis brasileiros estava escassa, tantas foram as mudanças de moeda nos anos anteriores.

 REFERENCIAS

– VEJA SÃO PAULO, ARTIGO “A EVOLUÇÃO DA MOEDA BRASILEIRA”, DISPONÍVEL EM: https://vejasp.abril.com.br/blog/memoria/evolucao-moeda-brasileira/

CLUBE DA MOEDA BRASIL, ARTIGO “HISTÓRIA DA MOEDA NO BRASIL”, DISPONÍVEL EM: https://www.clubedamedalha.com.br/historia-da-moeda-no-brasil

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 PROFISSÕES

Informação e conhecimento sempre estiveram, ao longo da história, relacionados ao processo de desenvolvimento humano, pois para garantir sua sobrevivência, o homem sempre precisou trabalhar, seja de forma remunerada ou não. Assim, as relações de trabalho foram se modificando ao longo da história. 

O termo profissão é originário da palavra latina “profesione”” e remete ao ato ou efeito de professar. Infere a este termo um sentido de confissão pública de uma crença, sentimento, opinião ou modo de ser, conduzindo à concepção de uma atividade ou ocupação especializada, que requer preparo e formação (TARGINO, 2000). Neste sentido, o profissional apresenta-se à sociedade como portador de um conhecimento específico, capaz de realizar uma tarefa. Em troca da realização deste trabalho e da garantia de eficiência, a sociedade dá credibilidade a este profissional.

 

Segundo o filosofo espanhol Ortega y Gasset, “há um estágio, em nossa cultura, onde aquilo que um indivíduo faz porque tem talento, porque gosta, porque tem necessidade de expressar uma vocação pessoal, se torna útil e importante para o seu grupo cultural. Quando isto acontece, o trabalho desse indivíduo passa a preencher as necessidades do grupo em questão e a sociedade passa a exigir que esta atividade seja feita regularmente”. Dessa forma, para se compreender uma profissão é necessário entender a sociedade a que ela serve, sociedade esta que se encontra em constante mudança.

Movido por este processo, o avanço das tecnologias de informação, encontra-se hoje no centro da reformulação de uma nova ordem mundial. O acesso rápido à informação leva à aceleração do conhecimento e este, por sua vez, gera novos conhecimentos de maneira cada vez mais ágil o que não encontra precedentes na nossa história.

REFERENCIAS

ARTIGO “REFLEXÕES SOBRE AS PROFISSÕES (REFLEXIONS ON THE SYSTEM OF PROFESSIONS)”, por Eliane Aparecida Junckes Pereira, DISPONÍVEL EM: file:///C:/Users/User/Downloads/421-1228-1-PB%20(1).pdf

– TARGINO, M. G. Quem é o profissional da informação? Transinformação, Campinas, v. 12, n. 2, p. 61-69, jul-dez.2000.

 

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GANYMÉDES JOSÉ

Ganymédes José de Oliveira nasceu no município de Casa Branca, interior de São Paulo, em 15 de maio de 1936. Filho primogênito de João de Oliveira e Rita Conceição Santos Oliveira, contava que, na hora do seu batizado, o padre ameaçou enérgico: “Com nome de pagão eu não batizo! Só se juntarem José.” E concluía: “Daí eu virei substantivo composto.”

Cresceu em um mundo mágico, pois seus pais eram artesãos e tinham grande criatividade para os trabalhos manuais, como enfeitar festas de criança, construir presépios movimentados, etc.

Em 1944, com apenas oito anos, escreve o seu primeiro livro intitulado “O Porquinho Teimoso”, no qual narrava a trajetória de um porquinho cujo sonho era tocar violino numa orquestra. Quando mostrou a história para o pai, este, com toda a paciência, datilografou o conto, grampeou as folhas e, entregando o caderno, disse: “Aí está seu livro. Agora, é só fazer os desenhos.”

Ganha Menção Honrosa no Concurso Literário Galeão Coutinho ainda no ginásio, em 1952, promovido pela União Paulista de Educação através do Jornal de Notícias, de São Paulo.

 

Em 1954 formou-se professor normalista cursando o magistério pelo Instituto de Educação Dr. Francisco Thomaz de Carvalho, uma das primeiras escolas do interior do estado, vindo a ganhar o concurso de criação do Brasão da Cidade (promovido pela prefeitura municipal) em 1958.

No ano que se formou como bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1959), sua peça “Juana Maria dos Presentes” foi para os palcos sob a direção de Milton Andrade, velho companheiro de curso, e mereceu da crítica campineira a Medalha de Prata como autor-revelação do II Festival Universitário de Campinas.

Retornando a Casa Branca, começou a trabalhar no Cartório de Notas de seu pai e lecionou inglês na escola de Comércio. Nove anos depois, em 1968, foi vencedor do I Festival de Música Popular de Casa Branca, o qual ajudou a organizar.

Em 1972, aceitou o desafio-convite de Ignácio de Loyola Brandão para escrever “A Vida de Cristo”, em vinte fascículos, sua primeira possibilidade de ser escritor editado. Em uma das autobiografias que escrevia para suas obras infanto-juvenis, Ganymédes comenta: “aos 8 anos eu já queria ser escritor, mas levei 28 para conseguir. E se consegui, foi porque alguém me deu uma oportunidade: Ignácio de Loyola Brandão. Do contrário, eu jamais teria sido escritor, porque sem um “cartão”, dificilmente você vence nessa terra”.

Nessa época lecionava português e cursava a faculdade de Letras de São José do Rio Pardo.

No ano seguinte sai o seu primeiro romance publicado, A “Noite dos Grandes Pedidos”, acompanhado de uma fecunda produção de textos (pelas séries Inspetora, Vivi Pimenta e Goiabinha), romances, novelas, literatura infanto-juvenil, com mais de cem livros publicados num período de dez anos, datilografando apenas com três dedos e consagrando-se como um dos grandes nomes da literatura infantil no Brasil naquela década, servindo de inspiração para muita gente do ramo, como Stella Carr, Álvaro Cardoso Gomes, Lourenço Diaféria e Pedro Bandeira.

A Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) concedeu-lhe o prêmio de melhor livro infantil por “A Galinha Nanduca”, em 1976. Meses depois, em setembro de 1976, publicou a obra Quando Florescem os Ipês, que nada foi alterado na revisão gramatical, após ter permanecido quinze anos guardado numa gaveta à espera de publicação.

 No dia 31 de dezembro foi apresentado para todo o Brasil no programa “Cidade contra Cidade”, de Sílvio Santos, onde eram apresentados os melhores números do ano com relação a vendagens, tendo a honra de ver seu nome nos dois primeiros números colocados no fechamento do programa.

Através de pesquisa efetuada pelo MEC nas salas circundantes no período de junho de 1979 a junho de 1980, a ordem de autores mais lidos no país era a seguinte: 1. Walt Disney (HQ’s); 2. Ganymédes José; 3. Irmãos Grimm e 4. Monteiro Lobato.

Recebeu e aceitou o convite para se tornar membro efetivo da Academia Brasileira de Literatura Infantil e Juvenil em 1979.

Passou a receber inúmeras cartas de fãs de diversas partes do país, em sua maioria compostos de jovens que tiveram acesso e conhecimento de suas obras através das atividades escolares. Uma dessas jovens, de nome Cláudia, lhe inspirou a escrever outra obra que mais tarde seria, dentre todas, uma das mais populares nos anos 80, “Um Girassol na Janela”, que rapidamente fez com que a primeira tiragem se esgotasse em questão de semanas.

Era o ano de 1984 e autores infantis no Brasil estavam em alta, impulsionados pelo fim da repressão de vinte anos provocada pela ditadura militar. Uma variedade de títulos voltado a temas que antes eram considerados tabus, foram despejados no mercado, possibilitando com que a literatura infanto-juvenil no Brasil ganhasse, em poucos anos, um crescimento como jamais visto. Ganymédes juntou-se a essa geração, trazendo consigo um reconhecimento conquistado na década anterior.

Em 1985 ganhou o Prêmio Jabuti ao lado de Giselda Laporta Nicolelis, concedido pela Câmara Brasileira do Livro.

A partir daí pôde dedicar todo o tempo aos livros, ora lecionando e curtindo seus alunos, ora sentado à mesa usando uma boa e velha máquina de escrever (sentia certo pavor diante dos computadores), escrevendo peças para teatro infantil, traduzindo livros, respondendo cartas e escrevendo crônicas para o jornal Casa Branca Hoje.

Talvez, com certa intuição de que partiria cedo, Ganymédes escreveu em ritmo de avalanche, o que fez com que a “crítica oficial” o considerasse, durante muitos anos, como um escritor menor, o que estava longe de ser verdade e o tempo se encarregou de prová-lo. Escritor de linhagem lobatiana, Ganymédes, tal qual Lobato, criou mundos onde as crianças adoram viver.

No universo de Ganymédes José as lideranças pertencem a grupos, nunca a um determinado personagem. O bom humor, o riso onipresente na maior parte de suas tramas provém de uma visão de mundo realista, mas otimista e gaiata, que privilegiava a vida como o bem mais precioso. Daí suas sátiras às vaidades, preconceitos ou tolices formais que há séculos são cultivadas pela sociedade.

Suas narrativas transmitem a certeza de que o essencial é a vida, o amor e que a nossa presença no mundo só adquire valor na medida em que lutamos pelos ideais de fraternidade e justiça. Daí sua predileção pelas existências comuns (sem heróis ou heroínas de exceção) e pelas situações banais do cotidiano, onde de repente surge o inesperado, o mistério ou o insólito.

Seu grande desafio veio no ano de 1989, enquanto escrevia “Posso Te Dar Meu Coração”, quando idealizou escrever um livro sobre drogas. Numa viagem para Curitiba, a fim de concretizar negócios editoriais, recebe o convite do psicólogo Carlos T. Grzybowski para pôr em prática o seu projeto, e se dispôs a ajudá-lo. Ganymédes foi para São Paulo mas voltou à Curitiba com o intuito de cumprir a missão, visitando casas de recuperação e entrevistando ex-drogados em companhia do amigo. Com os originais prontos para a publicação, a Editora Moderna rejeitou na primeira tentativa, e Ganymédes se viu na necessidade de reformulá-los. Foram vários meses de luta para que a editora aceitasse o desafio de publicar a obra, que ganhara o nome de “Uma Luz no Fim do Túnel”.

No dia 9 de julho de 1990, quando Ganymédes se preparava para o lançamento, seu coração parou repentinamente de bater e veio a falecer após uma parada cardíaca, na mesma casa em que nasceu, no município de Casa Branca, deixando um legado memorável para a literatura.

Foi um dos mais influentes escritores da literatura infantil brasileira nos anos 70 e 80, e exerceu também as profissões de cronista, ficcionista, poeta, tradutor, teatrólogo, musicista, restaurador de imagens sacras, advogado, professor e ilustrador de livros.

            “E tudo quanto ele amava levou embora, dentro do peito. Mas tudo em que acreditava ele deixou aqui, em seus livros”. (Frase final da descrição Autor e Obra de alguns de seus livros publicados).

 REFERENCIAS

– BIOGRAFIA DE GANYMÉDES JOSÉ, DISPONÍVEL EM:pt.wikipedia.org/wiki/Ganym%C3%A9des_Jos%C3%A9#:~:text=Ganym%C3%A9des%20Jos%C3%A9%20de%20Oliveira%20nasceu,15%20de%20maio%20de%201936.&text=Ganha%20Men%C3%A7%C3%A3o%20Honrosa%20no%20Concurso,de%20Not%C3%ADcias%2C%20de%20S%C3%A3o%20Paulo.

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GERALDO MEIRELES

Geraldo Meirelles nasceu em 24 de fevereiro de 1926 em Casa Branca, no interior de São Paulo. Veio para a capital paulista na década de 40, já órfão de mãe e dependendo de seu próprio trabalho para sobreviver. Trabalhou como vendedor, jornaleiro, motorista, etc.

Sozinho em São Paulo era a música sertaneja o único traço de identificação que o mantinha ligado às suas origens; música da roça, música caipira, enfim não ser ouvida ou cantada nos círculos sociais mais altos da poderosa capital, tendo que lutar contra aquele preconceito, afinal os roceiros, os caipiras trabalhavam arduamente para alimentar aquela gente, como é que sua música, a expressão mais sincera dos seus sentimentos não podia ser ouvida? Tomou para si a dor de todos os marginalizados, ergueu sua bandeira e manteve erguida por muitos anos, por esta razão recebeu a alcunha carinhosa de “Marechal da Música Sertaneja”.

Iniciou a carreira na década de 40, como locutor de rádio e ator de circo. Em 1947 começou a fazer radioteatro no Alto Sumaré, com Lulu Belencase. Na década de 50, mais precisamente em 1956 criou um programa na Rádio Nove de Julho que durou 20 anos, até que a rádio fosse fechada pelos militares. O Programa era chamado “Rancho da Amizade”, que era levado ao ar diariamente da 17:00 às 17:30 horas, com duplas ao vivo, e o “Prelúdio Sertanejo”, das 17:30 às 18:00 horas pela mesma emissora.

Trabalhou ainda nas rádios Tupi, Nacional e Aparecida do Norte.

Começou a atuar na música sertaneja em 1961, levado por seu compadre, o compositor Athos Campos, para o programa “Crepúsculo Sertanejo”, na Rádio Nove de Julho. Em 1962 passou a apresentar na TV Cultura o programa “Canta Viola”, que foi o primeiro do gênero sertanejo a ter mais de uma hora de duração, um grande espaço conseguido para a música sertaneja ainda nos anos 1960, e que permaneceu por quase três décadas no ar. Em 1966 o programa passou a ser apresentado na TV Tupi de São Paulo.

De 1970 até 1973 trabalhou como diretor artístico da gravadora Copacabana. Esteve um ano na TV Bandeirantes, voltou para a Tupi e a partir de 1971 passou a ser apresentador na TV Record, onde permaneceu até 1992.

A partir de 1982, quando sofreu um acidente automobilístico, o programa passou a ser apresentado por seu filho Marcelo. Geraldo Meirelles, entretanto, permaneceu apresentando o quadro “Na Beira do Forno”, dirigido à música de raiz.

No “Canta Viola” se apresentaram diversos astros da música sertaneja, entre os quais, Liu e Léu, Zilo e Zalo, Irmãs Galvão, Zezé Di Camargo e Luciano e Leandro e Leonardo. Geraldo Meirelles foi o grande impulsor da carreira da dupla Chitãozinho e Xororó, que adotou esse nome artístico por sua sugestão.

Como compositor, teve as composições “Poema Sertanejo” de parceria com Tony Damito, “Carrossel da Vida”, com Goiá, “Esta Saudade”, com Marcelo Costa e “Palavras de Amor e Fé”, com Marciano, gravadas pela dupla Chitãozinho e Xororó. Também teve o samba de roda “Samba de Roda”, parceria com Athos Campos, gravado por Pena Branca e Xavantinho.

Em julho de 2007, participou do encontro de locutores e radialistas voltados para o universo da canção sertaneja, ocorrido em Pirassununga, no interior de São Paulo, ocorrido na 12ª Semana Nenete de Música Sertaneja, realizado pela Secretaria de Cultura e Turismo da cidade.

O produtor e apresentador de programas sertanejos Geraldo Meirelles, conhecido como o ‘Marechal da Música Sertaneja’, faleceu aos 87 anos no dia 05 de julho de 2013 em Casa Branca (SP).

 

> PRINCIPAIS PRÊMIOS:

  • 1973 – Troféu Jabuticaba, da Câmara Municipal de Casa Branca.
  • 1975 – Prêmio APCA de melhor livro infantil
  • 1979 – Membro da Academia Brasileira de Literatura Infantil e Juvenil.
  • 1979 – Menção honrosa no Concurso Fernando Chinaglia, Rio de Janeiro.
  • 1980 – BIJ-Informa, da Prefeitura de São Paulo.
  • 1982 – Prêmio João de Barro (júri adulto), em Belo Horizonte.
  • 1985 – Prêmio Jabuti, na categoria literatura juvenil.

REFERENCIAS

– RECANTO CAIPIRA, Artigo “GERALDO MEIRELLES, O MARECHAL DA MÚSICA SERTANEJA”, DISPONÍVEL EM: https://www.recantocaipira.com.br/duplas/geraldo_meirelles/geraldo_meirelles.htm

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SÓLON BORGES DOS REIS

Sólon Borges dos Reis nasceu em Casa Branca (SP) no dia 27 de julho de 1917, filho de Júlio Borges e de Flávia Pezzuto Silva, tendo sido criado em Campinas, onde fez todo o curso primário, o secundário e o normal. Mais tarde, bacharelou-se em direito e fez, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, da Universidade de São Paulo, o curso de pedagogia. Frequentou, ainda, na mesma faculdade e na Escola de Sociologia e Política, diversos outros cursos.

Em 1936 tornou-se presidente da Associação Campineira de Imprensa, permanecendo no cargo até o ano seguinte. Em 1947 foi fundador e presidente da União Paulista de Educação e trabalhou também como cronista parlamentar dos Diários Associados na Constituinte e, no ano seguinte, na Assembleia Legislativa de São Paulo. Ainda em 1948 tornou-se assistente-geral do ensino, exercendo esta função até 1950. Neste último ano, formou-se em direito pela atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

 

Em 1954 tornou-se chefe do ensino secundário e normal, concluindo o curso de pedagogia, na Universidade de São Paulo. No ano seguinte, tornou-se diretor-geral do Departamento de Educação de São Paulo, permanecendo nesta função até 1957. Ainda este ano, representando o magistério, presidiu o V Congresso Americano de Educadores, realizado em Montevidéu no Uruguai, sendo eleito vice-presidente da respectiva confederação. Lecionou administração escolar na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Santos, atual Universidade Católica, em 1957 e 1958.

Em outubro de 1958 candidatou-se a uma cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo, na legenda do Partido Democrático Cristão (PDC) e foi eleito. Ainda em 1959, presidiu o Encontro de Parlamentares de Todos os Continentes, realizado em Viena na Áustria. A partir de 1961 participou de diversos congressos internacionais, a convite da Confederação Mundial de Organizações do Professorado.

Em 1962 licenciou-se do trabalho legislativo para assumir o cargo de secretário estadual de Educação do governo Carlos Alberto Alves de Carvalho Pinto (1959-1963). Desincompatibilizando-se do cargo, em outubro foi reeleito deputado estadual, na legenda do PDC, assumindo o mandato no início de 1963 e participando dos trabalhos legislativos como líder do partido na Assembleia Legislativa até 1965. No mesmo ano tornou-se membro da Comissão do Ano da Cooperação Internacional, do Ministério das Relações Exteriores. Com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2 (27/10/1965) e a posterior implantação do bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de apoio ao regime militar instaurado no país em abril de 1964. Em 1966 participou, como observador convidado, do congresso da National Education Association, realizado em Nova Iorque, nos Estados Unidos.

Em novembro de 1966 foi reeleito deputado estadual, na legenda da Arena. Assumindo o mandato no início do ano seguinte, participou dos trabalhos da reforma da Constituição estadual como relator-geral do projeto de reforma constitucional e relator dos capítulos “Educação e cultura” e “Segurança pública”, e dos trabalhos legislativos como membro das comissões de Constituição e Justiça e de Serviço Civil, além de presidente da Comissão de Educação e Cultura. Reeleito em 1970 e 1974, foi líder da Arena na Assembleia entre 1977 e 1980. Durante os dois mandatos, realizou diversas viagens ao exterior, participando de encontros e congressos sobre educação.

No pleito de novembro de 1978 candidatou-se a uma cadeira na Câmara dos Deputados por São Paulo, mas não logrou êxito. Com o fim do bipartidarismo em novembro de 1979 e a consequente reformulação partidária, filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Tentando novamente em novembro de 1982, obteve apenas a segunda suplência. No ano seguinte tornou-se membro do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, cargo que exerceria até 1986. Em 1985 assumiu a direção de cultura do Centro do Professorado Paulista, instituição onde seria nos anos seguintes vice-presidente e presidente. Em novembro, assumiu seu mandato na Câmara no lugar do deputado Celso Amaral, sendo efetivado em março de 1986, com a saída do deputado Mendonça Falcão. Participou dos trabalhos legislativos como vice-líder do PTB, vice-presidente da Comissão de Comunicação e Informática, membro titular da Comissão de Educação e Cultura e suplente da Comissão de Relações Exteriores.

Ainda em 1986 realizou uma visita oficial a Cuba, participando do Congresso Internacional de Pedagogia, foi delegado do Brasil da União Interparlamentar na Conferência de Bangcoc na Tailândia e tornou-se segundo vice-presidente da Ordem Nacional dos Escritores, cargo que exerceria até 1988.

Em novembro de 1986 elegeu-se deputado federal constituinte, com a maioria dos votos provenientes de sua base eleitoral junto ao magistério público, assumindo novo mandato em 1º de fevereiro de 1987, quando se iniciaram os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte. Integrou, como membro titular, a Subcomissão da Educação, Cultura e Esportes, da Comissão da Família, da Educação, Cultura e Esportes, da Ciência e Tecnologia e da Comunicação, e a Comissão de Redação, sendo um dos 28 parlamentares que deram forma final ao texto da nova constituição. Foi também suplente da Subcomissão do Sistema Eleitoral e Partidos Políticos, da Comissão da Organização Eleitoral, Partidária e Garantia das Instituições, e da Comissão de Sistematização. Contrário à proposta do direito de voto aos 16 anos, Sólon apresentou um projeto de lei fixando nesta idade a maioridade civil e penal, alegando que “se terão direitos, os jovens também terão deveres”.

Após a promulgação da nova Carta Constitucional em 5 de outubro de 1988, voltou a participar dos trabalhos legislativos ordinários na Câmara dos Deputados, como primeiro vice-líder do PTB, membro titular da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Turismo e relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar o destino de aplicação pelo Ministério da Educação dos recursos provenientes da emenda Calmon.

Em outubro de 1990 Sólon reelegeu-se deputado federal, assumindo novo mandato em fevereiro do ano seguinte. Participou dos trabalhos legislativos como vice-líder do PTB na Câmara e segundo vice-presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto.

Na sessão da Câmara dos Deputados de 29 de setembro de 1992, votou a favor do impeachment do presidente Fernando Collor de Melo, acusado de crime de responsabilidade por ligações com um esquema de corrupção liderado pelo ex-tesoureiro de sua campanha presidencial, Paulo César Farias. Afastado da presidência logo após a votação na Câmara, Collor renunciou ao mandato em 29 de dezembro de 1992, pouco antes da conclusão do processo pelo Senado Federal, sendo efetivado na presidência da República o vice Itamar Franco, que já vinha exercendo o cargo interinamente desde o dia 2 de outubro.

Em outubro de 1992, Sólon elegeu-se vice-prefeito de São Paulo, na chapa encabeçada por Paulo Maluf. Desse modo, renunciou ao mandato na Câmara em 31 de dezembro de 1992, assumindo no dia seguinte a vice-prefeitura e também a Secretaria Municipal de Educação. Sua vaga na Câmara foi ocupada por Maurício Najar.

Em abril de 1993 a prefeitura paulistana foi acusada, por entidades de direitos humanos ligadas à Igreja Católica, de acabar com mecanismos de assistência às pessoas carentes. Sólon defendeu o governo, declarando que as acusações “faziam parte de uma jogada política visando desestabilizar o governo”. Por duas vezes ocupou a prefeitura de São Paulo por impedimento do titular (outubro a novembro de 1993 e abril a maio de 1995).

Em 31 de dezembro de 1996, deixou a vice-prefeitura e a secretaria, abandonando a carreira política. Tornou-se presidente da Academia Paulista de Educação e da Ordem dos Velhos Jornalistas de São Paulo, além de diretor da Academia Paulista de Letras.

Ao longo de sua vida, foi também professor e diretor de escola no ensino público e particular, fundador da Associação dos Professores de Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), sócio do Sindicato de Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, consultor jurídico, diretor do departamento de cultura e vice-presidente da Ordem dos Velhos Jornalistas de São Paulo e conselheiro da Associação Paulista de Imprensa. Membro da União Brasileira de Escritores, da Academia Paulista de Jornalismo, da Academia Paulista de Educação e da Academia de Letras da Grande São Paulo, sócio emérito do Instituto Histórico Geográfico de São Paulo, tornou-se membro do Centro do Professorado Paulista, do qual foi presidente durante cerca de 40 anos. Fez curso de atualização em direito constitucional na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo.

Foi também professor do ensino primário, secundário, normal e superior, em estabelecimentos de ensino de Campinas, Casa Branca, São Carlos, Araçatuba, Jaboticabal, Mogi das Cruzes, Santos e capital. Todos seus cargos relativos ao ensino público foram obtidos exclusivamente por meio de concurso, atuando também no ensino particular. Tem várias obras publicadas sobre motivos literários e assuntos de educação e ensino.

Idealizador e principal realizador dos congressos normalistas de educação rural reunidos em Campinas (1945), Piracicaba (1947), Casa Branca (1949) e São Carlos (1951), chefiou a delegação de São Paulo em vários congressos educacionais realizados no País e a representação brasileira em certames reunidos no exterior. Presidiu, em Montevidéu, em 1957, o Congresso Americano de Educação.

Sólon Borges morreu no dia 9 de setembro de 2006 e foi enterrado no Cemitério do Morumbi, em São Paulo. Em sua homenagem, foi fundada a Escola Estadual Sólon Borges dos Reis, localizada no Rio Pequeno, bairro da zona oeste da cidade de São Paulo.

Casado com Adiléa Cunha Borges dos Reis desde 1994, teve uma filha.

Publicou Livros de sobre Educação, de literatura infantil e poesia. Dentre eles: Apostasia (1937), Poesias escolares (1939), Imprensa e educação (1940), Algumas considerações sobre programas escolares (1941), Geografia e história do Brasil para recém-alfabetizados (co-autoria, 1948), Novas poesias escolares (1948), A maior herança (1965), Lira da América (1973), Crise contemporânea da educação (1978), ABC da Constituinte (1985), Carrossel do tempo (1985), Condição humana (1985), Educação política (1988), Poesias infantis (1990), Educação política — educação para a liberdade e para a responsabilidade (1990), Viagem (poesia, 1996), A coruja (livro infantil, 1996) e Frutos (livro infantil, 1996).

REFERENCIAS

– ARTIGO “REIS, Sólon Borges dos (dep. fed. SP 1985-1992; const. 1987-1988), por Marcelo Costa – FONTES: ASSEMB. NAC. CONST. Repertório (1987-1988); CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1991-1995); COELHO, J. & OLIVEIRA, A. Nova; Folha de S. Paulo (19/1/87); Globo (30/9/92, 12/4/93); INF. BIOG.; Jornal do Brasil (17/8/88); Perfil parlamentar/IstoÉ (1991); Portal da ALESP, DISPONIVEL EM: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/reis-solon-borges-dos

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FANCABRA

Idealizada e fundada em 08 de agosto de 1998, pelo Professor e Maestro Marcos Aurélio Damasceno, inicialmente como “Fanfarra Simples Tradicional”. Passou à categoria de “Fanfarra Marcial com um Pisto” em 01 de abril de 1999.

Em 05 de maio de 1999, com a votação e aprovação da Lei n.º 2.367 pela Câmara Municipal de Casa Branca, passou a ser Municipal e teve a sua instalação provisória na extinta “Casa da Cultura Ganymédes José” à Praça Rui Barbosa, n.º 56 – Centro – Casa Branca (SP), sendo reconhecida como a sede da FANCABRA – “Fanfarra Marcial Municipal com um Pisto de Casa Branca”.

Em 13 de maio de 1999, em reunião realizada na Casa da Cultura “Ganymédes José”, com a presença das autoridades municipais, prefeito, vice-prefeito, presidente da câmara, vereadores, associações de bairros, familiares dos alunos e populares, foi empossada sua primeira Diretoria, a qual daria seguimento aos trabalhos já realizados pela corporação musical. Em comum acordo entre diretores e autoridades, ficaram estabelecidas perante todos os presentes, as metas a serem cumpridas pela “FANCABRA”.

 

METAS DA FANCABRA:

  • 1ª Meta: O aprendizado e o aprimoramento das técnicas musicais;
  • 2ª Meta: Promover o congraçamento de seus integrantes;
  • 3ª Meta: Desenvolver o culto ao civismo para melhor formação dos jovens;
  • 4ª Meta: Desenvolver a participação espontânea em trabalhos coletivos;
  • 5ª Meta: A participação em eventos municipais, regionais, estaduais, nacionais e internacionais elevando, assim o nome de nosso município e contribuindo para um maior conhecimento e integração sócio cultural.
  • 6ª Meta: A musicalização desses jovens como forma de expressão e como fator de formação do caráter e do convívio sócio cultural humano.

 

Durante 4 anos a FANCABRA esteve cumprindo suas metas, participando de todos eventos da cidade, se apresentando em comemorações de cidades vizinhas e participando de concursos de Fanfarras da sua Categoria, vencendo então em 2000, 2001 e 2002.

            Em 2003 devido à falta de investimentos, as atividades da FANCABRA foram encerradas. O maestro Marcos. A. Damasceno tentou acordos, mas não teve êxito.

A FANCABRA parou no auge “TRICAMPEÃ NACIONAL” na sua categoria, deixando saudades e um legado de muito sucesso para a música casa-branquense.

 

REFERÊNCIAS

– BLOG “Velhos Tempos Belos Dias”, DISPONÍVEL EM: https://mclaralira.wordpress.com/2014/02/28/fancabra-fanfarra-casa-branca-3/

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ACERVO MAESTRO HUMBERTO FRANCISCHET

A música sempre esteve presente na cultura da humanidade. As poesias trovadorescas, acompanhadas por sons, e os poemas simbolistas, que visam à musicalidade nas suas criações, são exemplos do uso artístico da música, no qual o objetivo é proporcionar prazer aos ouvidos e evocar sentimentos.

É reconhecida por muitos pesquisadores como uma modalidade que desenvolve a mente humana, promove o equilíbrio, proporcionando um estado agradável de bem-estar, facilitando a concentração e o desenvolvimento do raciocínio, em especial em questões reflexivas voltadas para o pensamento.

Portanto, é importante relembrar aqueles que construíram um legado nessa artes tão importante de necessária a cultura humana.

Dentre os muitos músicos e artistas que brotaram em Casa Branca, destacamos o ilustre compositor, regente e professor, Maestro Humberto Francischet e sua contribuição à música e educação musical no município. Sendo homenageado com um monumento em bronze e granito, esculpido por Luis Marrone e localizado na Praça Dr. Thomáz de Carvalho.

REFERÊNCIAS

– BLOG “Velhos Tempos Belos Dias”, DISPONÍVEL EM: https://mclaralira.wordpress.com/2014/02/28/fancabra-fanfarra-casa-branca-3/

–  Escola Villare, artigo “A importância da música na vida das pessoas”, DISPONÍVEL EM: https://www.escolavillare.com.br/a-importancia-da-musica-na-vida-das-pessoas/

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MOACIR DE AGUIAR

Moacir de Aguiar foi um personagem ilustre dentro da história casabranquense. 

Sargento instrutor do Tiro de Guerra 02-262 (atual Tiro de Guerra 02 – 066), foi o idealizador, organizador e executor do 1º Festival Casabranquense de Música Popular, no ano de 1968, que contou com a participação de figuras ilustres, dentre eles o artista Ganymédes José S. Oliveira, que conquistou 1º lugar, sob aplausos de todo o público, com a música “Mensagem”, interpretada pelo cantor de Mococa Nelson Rafadini.

Foi chefe da Instrução do Tiro de Guerra 02-262, na cidade de Casa Branca de 1966 a 1981, deixando um legado de grandes projetos e comprometimento social.

Representou o município em diversos concursos, como poesia, concurso de tiro e diversas exposições de orquídeas, trazendo muitos troféus e prêmios para Casa Branca.

Foi um homem do seu tempo, de muitos saberes e grande potencial, destacando se na atuação artística, na música, poesia e letras.

REFERÊNCIAS

– JORNAL PANORAMA, Artigo “OFICIALIZANDO O FESTIVAL CASABRANQUENSE DE MUSICA POPULAR;

– REVISTA MELODIAS, Artigo “1º Festival de Música Popular de Casa Branca”;

– JORNAL O MUNICÍPIO “Ganymédes J.S. Oliveira vence Festival Casabranquense de Música Popular”.

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ACERVO BALONISMO

Casa Branca tem seu nome marcado na história das competições nacionais de balonismo, pois em 1988, sediou a 1ª edição do Campeonato Brasileiro de Balonismo, levando em consideração a importância da modalidade.

Segundo a reportagem da FOLHA DE SÃO PAULO, “ Balonistas brasileiros se reúnem em Casa Branca”, de 23 de julho de 1987, o evento inicial reuniu uma plateia de quase três mil pessoas no aeroporto local, sendo um grande passo para a realização do 1º Campeonato Brasileiro de que aconteceria no ano seguinte

Em 1988 é realizado finalmente o 1º Campeonato Brasileiro de Balonismo e aquela etapa, teria como campeão o paulista Rubens Kalousdian, um dos principais nomes desse esporte. Sendo ele e mais dois competidores, selecionados para representar o Brasil no Mundial, sediado no Japão, em 1989.

A realização desse evento representou um passo decisivo para a regulamentação do Balonismo como modalidade no Brasil.

Depois de 30 anos, o balonismo volta a Casa Branca. A cidade sediou de 4 a 10 de junho de 2018, o 31º Campeonato Brasileiro de Balonismo, com apoio da Confederação Brasileira de Balonismo (CBB).

 

Competição que levou para Casa Branca mais de 120 pessoas somente das equipes dos mais de 30 pilotos participantes.

Os balões ajudaram a colorir o céu casa-branquense, além de oferecer uma forma de entretenimento para população do município e trazer a nostalgia de anos gloriosos para o esporte e cultura local.

REFERÊNCIAS

– RVB Balões, Artigo “31º Campeonato Brasileiro de Balonismo em Casa Branca”, DISPONÍVEL EM: https://www.rvb.com.br/balonismo-em-casa-branca/

 – Rádio difusora, Artigo,  “Casa Branca sediará Campeonato Brasileiro de Balonismo, DISPONÍVEL EM: http://radiodifusoracasabranca.com.br/noticias/esporte-4/01-03-2018/casa-branca-sediara-campeonato-brasileiro-de-balonismo.

–  Jornal FOLHA DE SÃO PAULO (23 de julho de 1987), reportagem “Balonistas brasileiros se reúnem em Casa Branca”.

– Reportagem “Balonismo, um esporte que ganha força no Brasil”;

– Entrevista com José Carlos Nogueira.

– Reportagem “Balões invadem Casa Branca para disputa I Brasileiro”.

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ACERVO VISCONDE DE TAUNAY

Visconde de Taunay (Alfredo Maria Adriano d’Escragnolle Taunay), engenheiro militar, professor, político, historiador, romancista, teatrólogo, biógrafo, etnólogo e memorialista, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 22 de fevereiro de 1843, e faleceu também no Rio de Janeiro em 25 de janeiro de 1899.

Era filho de Félix Emílio Taunay, Barão de Taunay, e de Gabriela de Robert d’Escragnolle. Seu avô, o famoso pintor Nicolau Antônio Taunay, foi um dos chefes da Missão Artística francesa de 1818 e seu pai foi um dos preceptores de D. Pedro II e durante muito tempo dirigiu a Escola Nacional de Belas Artes. Pelo lado materno, era neto do conde d’Escragnolle, emigrado da França pelas contingências da Revolução.

Criado em ambiente culto, impregnado de arte e literatura, desenvolveu bem cedo a paixão literária e o gosto pela música e o desenho. Estudou humanidades no Colégio Pedro II, onde se bacharelou em letras em 1858. No ano seguinte ingressou no curso de Ciências Físicas e Matemáticas da Escola Militar.

 

Alferes-aluno em 1862, bacharel em Matemáticas em 1863, foi promovido a segundo-tenente de artilharia em 1864, inscrevendo-se no 2º. ano de Engenharia Militar, que não terminou, por receber ordem de mobilização, com os outros oficiais alunos, em 1865, no início da Guerra do Paraguai. Foi incorporado à Expedição de Mato Grosso como ajudante da Comissão de Engenheiros, para trazer ao governo imperial notícias do corpo expedicionário de Mato Grosso, que havia muito se supunha perdido e aniquilado.

Trouxe da campanha profunda experiência do país e inspiração para a maior parte dos seus escritos, a começar do primeiro livro, Cenas de viagem (1868). Em 1869, o Conde d’Eu, comandante-em-chefe das forças brasileiras em operação no Paraguai, convidou o primeiro-tenente Taunay para secretário do seu Estado-Maior, sendo encarregado de redigir o Diário do Exército, cujo conteúdo foi, em 1870, reproduzido no livro do mesmo nome. Terminada a guerra, foi promovido a capitão, e terminou o curso de Engenharia, passando a professor de Geologia e Mineralogia da Escola Militar.

Em 1871, publicou o primeiro romance, Mocidade de Trajano, com o pseudônimo de Sílvio Dinarte, que usaria na maior parte das suas obras de ficção, e, em francês, A retirada da Laguna, sobre o desastroso e heroico episódio de que participou. A publicação chama a atenção de todo o Brasil para o jovem escritor. Por indicação do Visconde do Rio Branco, candidatou-se a deputado geral pelo Estado de Goiás, que o elegeu para a Câmara dos Deputados em 1872, mandato que foi renovado em 1875. Foi de 1876 a 1877 presidente da província de Santa Catarina.

Nunca mais voltaria ao serviço ativo do Exército. Promovido a major em 1875, demitiu-se do posto em 1885, já tomado por atividades na política e nas letras. Em 1878, caindo o Partido Conservador, em cujas fileiras militava, partiu para a Europa, em longa viagem de estudos.

De volta ao Brasil em 1880, encetou uma fase de intensa atividade em prol de medidas como o casamento civil, a imigração, a libertação gradual dos escravos, a naturalização automática de estrangeiros. Deputado novamente de 1881 a 1884, por Santa Catarina. Em 1885 foi candidato a deputado pelo Rio de Janeiro, mas foi derrotado. Presidiu o Paraná de 1885 a 1886, pondo em prática a sua política imigratória.

Em 1886 foi eleito deputado geral por Santa Catarina e, logo a seguir, senador pela mesma província, na vaga do Barão de Laguna. Foi no Senado um dos mais ardorosos partidários da Abolição. Em 6 de setembro de 1889 recebia o título de Visconde, com grandeza. Estava no início de uma alta preeminência nos negócios públicos quando a proclamação da República lhe cortou a carreira, dada a intransigente fidelidade com que permaneceu monarquista até à morte. Na imprensa da época há numerosos artigos seus que se destinavam a pôr em destaque as virtudes do Imperador banido e do regime que a República destruíra.

Foi oficial da Ordem da Rosa, Cavaleiro da Ordem de São Bento, da Ordem de Aviz e da Ordem de Cristo.

Taunay foi um infatigável trabalhador, patriota, homem público esclarecido e apaixonado homem de letras. Teve a plena realização do seu talento no terreno literário. Sua obra de ficção abrange, além do romance, as narrativas de guerra e viagem, descrições, recordações, depoimentos, artigos de crítica e escritos políticos. Foi também pintor, restando dele telas dignas de estudo. Era grande apaixonado da música, tendo deixado várias composições. Estudioso da vida e da obra dos grandes compositores, manteve com escritores e jornalistas polêmicas sobre essa arte, notadamente com Tobias Barreto.

REFERÊNCIAS

– Biografia em artigo da Academia Brasileira de Letras, DISPONÍVEL EM: https://www.academia.org.br/academicos/visconde-de-taunay/biografia

Sessão

HISTÓRIA RELIGIOSA

A CAPELA DO ROSÁRIO                     

O Bispo de São Paulo, D. Mateus de Abreu Pereira, concordou com a criação da freguesia de Casa Branca sob invocação de Nossa Senhora das Dores, desde que fosse construída uma Igreja Matriz no centro do território da freguesia, tendo em vista que era necessária a existência de ao menos uma capela em povoados recém fundados.

            Entretanto a primeira igreja, era uma capela construída como as casas; de pau a pique e coberta de palhas de indaiá, sem torres e com um único pórtico, comportando cerca de 50 pessoas, apenas. No local onde hoje se encontra a igreja do Rosário foi construída a capelinha coberta de sapé. Vale ressaltar que era motivo de discussão o local de construção da capela, tendo em vista que alguns desejavam que ela fosse erguida na Fazenda Cocaes, outros na Estiva, outros onde havia o pouso Casa Branca, na “Estrada dos Goiases.

Em 25 de outubro de 1814, é criada a Freguesia de Nossa Senhora das Dores da Casa Branca, por Carta de Criação (Alvará) firmada pelo príncipe regente D. João VI, da, com a nomeação do Padre Francisco de Godoy Coelho como primeiro pároco.

A Capela do Rosário foi elevada a Matriz entre 1814 e 1818 e ficou como Matriz da cidade até a construção e reconstrução da Igreja Nossa Senhora das Dores, período de 1843 até 1907.

 

Em 1851 foi criada a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, para direção da mesma foram eleitos, Vicente Ferreira de Silos Pereira e José Caetano de Lima, respectivamente, os futuros Barões de Casa Branca e Mogi Guaçu. Em 1853 em Ata a Irmandade do Rosário agradece aos munícipes a doação de “um conto de réis” para ajudar o término da Igreja, já que os recursos da Irmandade não eram suficientes.

O Padre Francisco Godoy Coelho vigário da paróquia (natural de Itu-SP), faleceu em 04 de outubro de 1835 e foi sepultado no interior da Capela, assim como outros importantes membros da sociedade local. Túmulos que em meio as inúmeras reformas sofridas na igreja acabaram se perdendo.

– A MATRIZ DE CASA BRANCA, A IGREJA NOSSA SENHORA DAS DORES            As obras da Matriz, a Igreja Nossa Senhora das Dores, foram iniciadas em 1843, levando 45 anos para serem concluídas. Com estilo eclético neo-renascentista, foi inaugurada em missa solene no dia 08 de setembro 1888.

Na madrugada de 23 para 24 de dezembro do ano de 1889, ano da inauguração, a igreja pegou fogo, o qual a consumiu depois de 9 dias. O incêndio foi causado por uma vela deixada acesa junto ao altar-mor.

A reconstrução se iniciou imediatamente, mas em 1893, já na fase de madeiramento, foi verificado um sério problema no alicerce, o que resultou na demolição da obra, iniciando-se imediatamente sua reedificação.

“O seu exterior, quanto à arquitetura, é uma mescla de estilos: clássico, barroco e renascentista. O frontão é clássico, triangular, com cornijas e frisos lisos, sobre um hall colunado, situado no lado externo de uma parede que cerca o interior. Sustentam o frontão 4 colunas da ordem dórica, inclusive o capitel.”

Em 27 de abril de 1929 as obras do novo jardim público da Praça Barão de Mogi Guaçu estavam bem adiantadas. Projetado pelo Prefeito Teodoro Volponi, Escultor e Artista. O jardim estava recebendo bancos oferecidos pelos comerciantes e fabricados por Jorge Bonetti.

Em 25 de julho de 1931 foi inaugurado o Cristo Redentor em frente à Igreja Matriz. Pesando 650 quilos sua obra foi executada por Agostinho Odísio, de Pouso Alegre. Foi abençoada por Dom Alberto José Gonçalves, Bispo de Ribeirão Preto, com a presença do Pároco Conego Oscar Sampaio e grande número de fiéis.

Após sua finalização, a igreja ficou incrível, maravilhosa em cada detalhe. Anos depois, pode contar com pinturas do ilustre artista Ganymédes José, que era membro da comissão de restauro.

A devoção à Nossa Senhora das Dores é expressa nas celebrações da igreja e durante a festa da padroeira da cidade, que acontece desde o ano de 1903 e envolve diversas manifestações religiosas como procissões, missas, novenas, a romaria de cavaleiros, apresentações artísticas e quermesse.  

 

– IGREJA PRESBITERIANA DE CASA BRANCA

Em 21 de abril de 1923, a Igreja Presbiteriana de Casa Branca foi organizada como Pessoa Jurídica e os cultos presididos pelo Reverendo Teodomiro Emerique eram realizados na Rua do Comércio. Construída em estilo Neo Clássico foi tombada pelo Patrimônio Histórico em 1985.

– Textos do Professor Adolpho Legnaro Filho, DISPONÍVEL EM: https://mclaralira.wordpress.com/2014/07/01/casa-branca-200-anos-de-historia-velhos-tempos-e-dias-de-hoje-8-parte/

– BLOG “Velhos Tempos Belos Dias”, DISPONÍVEL EM: https://mclaralira.wordpress.com/2014/08/13/casa-branca-200-anos-de-historia-velhos-tempos-e-dias-de-hoje-11a-parte/

 

– PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO DESTERRO

No ano de 1869 o Coronel João Gonçalves dos Santos encontrando-se em dificuldades recorre a Nossa Senhora prometendo lhe construir uma capela em suas terras, no então Alto da Boa Vista, em Casa Branca.

Manda vir de Portugal uma imagem em madeira de Nossa Senhora do Desterro. Esta devoção está no Evangelho de São Mateus e representa a fuga de Jesus, Maria e José para o Egito, devido à perseguição do Rei Herodes.

Em 1890 é celebrada a primeira missa na capelinha, onde a família do coronel se reunia para a reza do terço. Com o passar dos anos as pessoas da cidade passaram a frequentar o local, atraídas pela beleza natural e pelas graças alcançadas por intercessão de Nossa Senhora do Desterro.

As primeiras festas eram realizadas de maneira particular até o ano de 1901, quando foram interrompidas. No entanto as graças alcançadas aumentaram, e atraem romeiros da região.

No ano de 1921 com o falecimento de sua esposa o Coronel João Gonçalves dos Santos promete doar a capelas e as terras ao redor para a Diocese de Ribeirão Preto, o que acontece no ano de 1926.

Em julho de 1926 é realizada oficialmente a primeira festa de Nossa Senhora do Desterro que continua acontecendo até os dias de hoje sem interrupção.

O Coronel João Gonçalves faleceu em setembro do mesmo ano sendo sepultado no interior da capelinha.

Em 1931 o Cônego Oscar Sampaio realiza uma reforma e amplia a capela. A mesma atualmente é o espaço que abriga o altar de Nossa Senhora do Desterro.

No ano de 1936 a Diocese de Ribeirão Preto entrega a Paróquia de Casa Branca e a Capela do Desterro aos Padres Estigmatinos, ordem religiosa fundada por São Gaspar Bertoni em Verona, na Itália no ano de 1816.

O Padre Luis Maria Fernandes constrói uma sacristia e sala de reuniões e começa a utilizar o espaço para retiros e reuniões. Era auxiliado pelo irmão Pedro Bianconi.

Em 1936 é fundada a Associação Nossa Senhora do Desterro atual irmandade. E a capela é elevada à condição de Santuário.

É iniciada a construção de uma igreja maior e do colégio destinado à formação dos irmãos estigmatinos.

Em 1943 a nova igreja já estava com sua construção bem adiantada e o colégio foi inaugurado.

A primeira comunidade religiosa era composta pelo reitor padre Mário Zuchetto, nascido em Casa Branca, e pelos irmãos Roberto Giovanni e Benedito Felix.

No primeiro grupo de alunos estava o casabranquense Oscar dos Santos, o primeiro afrodescendente que ingressou Congregação Estigmatina.

Em 1945 a igreja já estava concluída, faltando apenas o acabamento tanto interior como exterior.

Neste mesmo ano os estigmatinos compram uma tipografia e passam a editar em Casa Branca a revista “Ecos Estigmatinos”. Esta revista que chegou a ter circulação de 20.000 exemplares, tornou o Santuário e a Festa de Nossa Senhora do Desterro conhecidos nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro e Paraná.

Em torno do Santuário os estigmatinos, além de tipografia, instalaram marcenaria, horta, criação de abelhas, gado bovino e suíno, pomar e emissora de rádio.

Nos anos de 1950 e 1970 são construídos novos prédios para o colégio e também para as oficinas.

Com a diminuição das vocações religiosas o Colégio e Artesanato Nossa Senhora do Desterro que atendia as crianças carentes oferecendo, além das aulas de primeira à quarta série, alimentação e formação profissional em tempo integral.

A partir de 1991 o Santuário é entregue a Diocese de São João da Boa Vista, é inaugurada a Livraria Nossa Senhora do Desterro, os trabalhos na rádio difusora são retomados no Santuário e a festa do Desterro também recebe inovações com a construção de novos salões e barracas.

Em 1994 chegam ao Santuário as irmãs Franciscanas Servas da Imaculada para auxiliar nos trabalhos de evangelização.

Em 2001 é criada a Paróquia Santuário de Nossa Senhora do Desterro, desmembrada da Paróquia Nossa Senhora das Dores, tendo como pároco reitor o padre Carlos Eduardo Dobies.

São organizadas diversas pastorais, construídas nos bairros surgiram ao redor do Desterro e o Centro Diocesano é utilizado para encontros, retiros e várias outras atividades.

REFERENCIAS:

– Arquivos do Museu da Paróquia Santuário de Nossa Senhora do Desterro.

Sessão

PATRONOS DO MUSEU HISTÓRICO PEDAGÓGICO ALFREDO E AFONSO DE TAUNAY DE CASA BRANCA

HISTÓRICO

O Museu Histórico e Pedagógico Alfredo e Afonso de Taunay foi fundado pelo Governador Janio Quadros através do Decreto 33.980 de 19 de Novembro de 1958 e foi instalado em agosto de 1958 em uma sala do Grupo Escolar Dr. Rubião Junior, sem solenidade presidida pelo Secretário da Educação e Cultura, Sólon Borges dos Reis e pelo professor Vinicius Stein Campos da Comissão Central dos Museus Histórico Pedagógicos.

A criação do museu está associada à estratégia de difusão de museus históricos pedagógicos no Estado de São Paulo, buscando reforçar a memória republicana no Brasil.

Como patronos do museu foram designados pai e filho: Alfredo d’Escragnolle Taunay e seu filho Afonso d’Escragnolle Taunay.

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> ALFREDO MARIA ADRIANO D’ESCRAGNOLLE TAUNAY

Visconde de Taunay (Alfredo Maria Adriano d’Escragnolle Taunay), engenheiro militar, professor, político, historiador, romancista, teatrólogo, biógrafo, etnólogo e memorialista, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 22 de fevereiro de 1843, e faleceu também no Rio de Janeiro em 25 de janeiro de 1899.

Era filho de Félix Emílio Taunay, Barão de Taunay, e de Gabriela de Robert d’Escragnolle. Seu avô, o famoso pintor Nicolau Antônio Taunay, foi um dos chefes da Missão Artística francesa de 1818 e seu pai foi um dos preceptores de D. Pedro II e durante muito tempo dirigiu a Escola Nacional de Belas Artes. Pelo lado materno, era neto do conde d’Escragnolle, emigrado da França pelas contingências da Revolução.

Criado em ambiente culto, impregnado de arte e literatura, desenvolveu bem cedo a paixão literária e o gosto pela música e o desenho. Estudou humanidades no Colégio Pedro II, onde se bacharelou em letras em 1858. No ano seguinte ingressou no curso de Ciências Físicas e Matemáticas da Escola Militar.

Alferes-aluno em 1862, bacharel em Matemáticas em 1863, foi promovido a segundo-tenente de artilharia em 1864, inscrevendo-se no 2º. ano de Engenharia Militar, que não terminou, por receber ordem de mobilização, com os outros oficiais alunos, em 1865, no início da Guerra do Paraguai. Foi incorporado à Expedição de Mato Grosso como ajudante da Comissão de Engenheiros, para trazer ao governo imperial notícias do corpo expedicionário de Mato Grosso, que havia muito se supunha perdido e aniquilado.

Trouxe da campanha profunda experiência do país e inspiração para a maior parte dos seus escritos, a começar do primeiro livro, Cenas de viagem (1868). Em 1869, o Conde d’Eu, comandante-em-chefe das forças brasileiras em operação no Paraguai, convidou o primeiro-tenente Taunay para secretário do seu Estado-Maior, sendo encarregado de redigir o Diário do Exército, cujo conteúdo foi, em 1870, reproduzido no livro do mesmo nome. Terminada a guerra, foi promovido a capitão, e terminou o curso de Engenharia, passando a professor de Geologia e Mineralogia da Escola Militar.

Em 1871, publicou o primeiro romance, Mocidade de Trajano, com o pseudônimo de Sílvio Dinarte, que usaria na maior parte das suas obras de ficção, e, em francês, A retirada da Laguna, sobre o desastroso e heroico episódio de que participou. A publicação chama a atenção de todo o Brasil para o jovem escritor. Por indicação do Visconde do Rio Branco, candidatou-se a deputado geral pelo Estado de Goiás, que o elegeu para a Câmara dos Deputados em 1872, mandato que foi renovado em 1875. Foi de 1876 a 1877 presidente da província de Santa Catarina.

Nunca mais voltaria ao serviço ativo do Exército. Promovido a major em 1875, demitiu-se do posto em 1885, já tomado por atividades na política e nas letras. Em 1878, caindo o Partido Conservador, em cujas fileiras militava, partiu para a Europa, em longa viagem de estudos.

De volta ao Brasil em 1880, encetou uma fase de intensa atividade em prol de medidas como o casamento civil, a imigração, a libertação gradual dos escravos, a naturalização automática de estrangeiros. Deputado novamente de 1881 a 1884, por Santa Catarina. Em 1885 foi candidato a deputado pelo Rio de Janeiro, mas foi derrotado. Presidiu o Paraná de 1885 a 1886, pondo em prática a sua política imigratória.

Em 1886 foi eleito deputado geral por Santa Catarina e, logo a seguir, senador pela mesma província, na vaga do Barão de Laguna. Foi no Senado um dos mais ardorosos partidários da Abolição. Em 6 de setembro de 1889 recebia o título de Visconde, com grandeza. Estava no início de uma alta preeminência nos negócios públicos quando a proclamação da República lhe cortou a carreira, dada a intransigente fidelidade com que permaneceu monarquista até à morte. Na imprensa da época há numerosos artigos seus que se destinavam a pôr em destaque as virtudes do Imperador banido e do regime que a República destruíra.

Foi oficial da Ordem da Rosa, Cavaleiro da Ordem de São Bento, da Ordem de Aviz e da Ordem de Cristo.

Taunay foi um infatigável trabalhador, patriota, homem público esclarecido e apaixonado homem de letras. Teve a plena realização do seu talento no terreno literário. Sua obra de ficção abrange, além do romance, as narrativas de guerra e viagem, descrições, recordações, depoimentos, artigos de crítica e escritos políticos. Foi também pintor, restando dele telas dignas de estudo. Era grande apaixonado da música, tendo deixado várias composições. Estudioso da vida e da obra dos grandes compositores, manteve com escritores e jornalistas polêmicas sobre essa arte, notadamente com Tobias Barreto.

 

 

 

> ALFREDO MARIA ADRIANO D’ESCRAGNOLLE TAUNAY

Afonso d’Escragnolle Taunay, professor, historiador, tradutor, lexicógrafo, nasceu em Nossa Senhora do Desterro, hoje Florianópolis, SC, em 11 de julho de 1876, e faleceu em São Paulo, SP, em 20 de março de 1958.

 

Era filho de Alfredo d’Escragnolle Taunay, patrono da Cadeira 13, e Cristina Teixeira Leite Taunay, Visconde e Viscondessa de Taunay. Cursou a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, onde se formou em Engenharia Civil em 1900.

Foi professor substituto da Escola Politécnica de São Paulo em 1904 e professor catedrático na mesma Escola a partir de 1910. Exerceu inúmeros cargos: diretor do Museu Paulista a partir de 1917; diretor dos Museus do Estado de São Paulo desde 1923; encarregado do Governo Federal para reorganizar, em comissão, a Biblioteca e o Arquivo do Ministério das Relações Exteriores em 1930; professor na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, da Universidade de São Paulo entre 1934-e 1937. Em dezembro de 1945 foi aposentado por decreto especial em que foi distinguido com o título de Servidor Emérito do Estado de São Paulo.

Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Instituto Histórico de São Paulo, da Academia Paulista de Letras, da Academia Portuguesa de História e sócio correspondente de Institutos Históricos estaduais.

Dedicando-se aos estudos historiográficos, Afonso Taunay especializou-se como o grande mestre do bandeirismo paulista, do período colonial brasileiro e da literatura, da ciência e da arte no Brasil, tendo também escrito uma monumental História do café. Foi também um lexicógrafo de reconhecido mérito, especializado sobretudo na terminologia científica. Sua vasta cultura permitiu-lhe preparar reedições comentadas de autores históricos.

Segundo ocupante da cadeira 1, eleito em 7 de novembro de 1929, na sucessão de Luís Murat, foi recebido em 6 de maio d1930 pelo acadêmico Roquette-Pinto. Recebeu os acadêmicos Oliveira Viana e Rodolfo Garcia.

REFERÊNCIAS

– MUSEUS BR, DISPONÍVEL EM: http://museus.cultura.gov.br/espaco/7766/

– ARTIGO BIOGRÁFICO ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, DISPONÍVEL EM: https://www.academia.org.br/academicos/visconde-detaunay/biografia#:~:text=Biografia&text=Visconde%20de%20Taunay%20(Alfredo%20Maria,25%20de%20janeiro%20de%201899.

– ARTIGO BIOGRÁFICO ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, DISPONÍVEL EM: https://www.academia.org.br/academicos/afonso-de-taunay/biografia